Capítulo 57

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Lá fora, o sol começava a descer no céu, preparando um espetáculo de beleza com o pôr do sol na floresta. Na cama, Vengeance segurava o rosto de Estela e ela virou-se um pouquinho e beijou sua mão, esperando que ele falasse.

- Ser companheira é ser amada para sempre. Ser cuidada e protegida. Ser amiga e parceira.

- É como uma esposa.

- Esposas podem deixar de ser... Companheiras, não. Ser companheira é para sempre.

- A companheira cuida do seu companheiro?

Ele deslizou a mão pelo seu pescoço, curtindo a pele aveludada.

- A companheira dá todo seu amor para o companheiro. Cuida dele, faz carinho...

- Parece bom ser companheira.

Ele a olhou longamente.

- A companheira que tive  era muito boa para mim. Meus ferimentos não eram tão terríveis com os carinhos que ela me fazia... - estreitou os olhos. -  Não tenha ciúmes, 147 era uma fêmea de coração gentil.

- Ela deve ter sido maravilhosa.

- E foi. - seus lábios tremeram. - Eu gostaria que ela pudesse ter sido livre...

- Sinto muito, Ven...

- Ela acariciava meus cabelos, arrumava com os dedos. Sabe, é por isso que raspei a cabeça.

Estela beijou novamente sua mão.

- Gostaria de ter visto você de cabelos compridos.

- Você quer? Quer que fiquem compridos?

Ela deu um suspiro, olhando- nos olhos.

- Não tenho o direito de exigir nada de você.

- Eu quero que tenha. Sou seu, Estela.

- Quando você diz isso... Parece tão real.

- É real.

Vengeance a queria como companheira, mas não pediria novamente. Estava satisfeito em tê-la em seus braços. Nunca queria deixá-la ir. Estela parecia estar lutando com seus pensamentos e ele esperou.

- O meu mundo, Ven, é muito diferente do seu.

- Eu sei.

- No meu mundo sou uma mulher independente, cuido de mim há muito tempo.

- Eu posso cuidar de você.

- Para ser sua companheira eu teria que deixar meu mundo, como fez a Ellie North.

- Eu vi seu mundo e não gostei. É tanto barulho, sujeira, as pessoas estão sempre correndo.

- É, esse é o meu mundo. - ele ansiava tanto pedi-la para ser sua companheira, entretanto queria que ela desejasse aquilo. - O que eu faria aqui dentro?

- Continuar com as aulas. Até eu gostaria de estudar com você.

- Mas eu teria que abrir mão de tudo o que tenho lá fora.

Vengeance deslizou a mão até as costas dela; percorreu a coluna com a ponta dos dedos e ela se aconchegou nele. Ele detestara o mundo humano, mas como poderia pedir para ela desistir de tudo?

- Não quero deixar que vá novamente. - ela o beijou na garganta. - Queria te prender aqui.

- E se fizéssemos uma experiência? Eu posso te ver todos os dias em que der aulas.

- Ficaríamos como estamos agora?

- Se o senhor Slade permitir.

Ele fechou os olhos, pensando naquilo. Daria certo?

Vengeance: Uma história Novas Espécies 1Onde histórias criam vida. Descubra agora