Capítulo 62

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Parado à entrada do seu quarto, Vengeance admirava a sua mulher dormindo. O sol do final do outono entrava pela janela, iluminando calidamente o rosto escuro. As pálpebras de Estela mexiam incomodadas pela luz.
Vengeance não cansava de olhá-lá. O ventre grávido se destacava, fazendo um volume engraçado debaixo da coberta.
Meu filho.- pensou, sentindo o peito aquecer de felicidade.
Há três dias , Estela completara vinte semanas de gestação, o tempo mínimo para dar à luz a um Nova Espécie. Agora só lhes restava esperar por Peace.
Ele a a companheira escolheram o nome da criança juntos. Peace representava tudo o que ele sempre desejara da vida. A última ultrassonografia revelava um feto grande e perfeitamente formado. Mal podia esperar para pegá-lo no colo.
A luz sobre os olhos de Estela finalmente a acordaram. Ele esperou que ela se espreguiçasse e abrisse os olhos para lhe dar bom dia.
Como era lindo o contraste de sua pele com a coberta branca; Ven amava aquela cor.
Ela abriu os olhos e o viu.
- Hum... Um gigante nu me vendo dormir. - brincou. - O que eu fiz para merecer isso?
Ven caminhou até à cama e puxou a coberta, revelando sua nudez.
- Hum...
Estela riu e estendeu os braços para ele. Dormiram abraçados, nus, depois que ela lhe deu prazer. O avançado da gravidez não permitia um ato sexual completo, mas ela fazia questão que ele tivesse prazer. Dizia que amava vê-lo estremecer, enquanto o tocava até que gozasse.
- Bom dia. - Vengeance a cumprimentou com um beijo.
- Bom dia. -Estela respondeu, acariciando os cabelos agora crescidos.
- Vai trabalhar hoje?
- Estou me sentindo muito bem. Só sinto um peso nas costas.
-Eu prefiro que fique em casa.
- Ah, eu não gosto de faltar.
Depois do acasalamento, Slade dera à Estela a responsabilidade de formar Novas Espécies em tecnologia básica. Ela os ensinava desde digitarem um texto até fazerem fórmulas de programas. Vengeance sabia que ela estava satisfeita, pois os Novas Espécies podiam ser muito ingênuos, mas eram muito inteligentes.
Ela se levantou e foi se arrumar, enquanto ele preparava o seu café. Desde o primeiro mês Estela vinha sentindo uma necessidade grande de comer carne e Vengeance preparava para ela todos os dias.
Estela terminou de se arrumar e foi para a sala. Como se ela fosse uma criancinha, Ven serviu o bife todo picadinho.
- Sabia que você me mima demais?

- Você também me mima.

- Somos dois mimadores. - acariciou o ventre. - E vamos mimar Peace também.

- Todas as crianças Novas Espécies são mimadas.

- Eu entendo. Elas são como um presente para vocês.

- Peace é o nosso presente.

Ele se abaixou e beijou a testa da esposa.

- Você é um presente para mim, Ven.

Ficaram um momento apenas sentindo a proximidade um do outro. Vengeance a soltou e deu um tapinha no ombro.

- Agora coma.

Ele já havia comido, mas apreciava vendo-a se alimentar. Acompanhou cada porção que ela levava à boca e a servia com um copo de leite. Amava aquela rotina.

Depois que Estela terminou o desjejum, ele pegou sua bolsa e levou até o jipe. Desde o casamento um jipe fora designado a ele para levar Estela de casa para a sede. Ela também era mimada pelos Novas Espécies.

- Ven?

- Hum?

- Você conhece um macho chamado Jericho?

- Conheço. Por quê?

-Ele trouxe um grupo de Homeland ontem para treinamento. Eu o achei muito incomum.

Ele se virou para ela.

- Ele te incomodou?

- Não, nada disso. É que o vi cercado por crianças humanas ontem; ele parecia o Papai Noel.

Vengeance: Uma história Novas Espécies 1Onde histórias criam vida. Descubra agora