𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 5

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𝑳𝒊𝒗

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𝑳𝒊𝒗

O meu choro era de raiva e tristeza, não por causa do que eles fizeram e sim pelo que o Kelce disse, sobre as cicatrizes, em especial a do pescoço. No total eu tinha três cicatriz e claro que cada uma tinha seu devido motivo.

  A primeira, era um pequena

cicatriz que eu tinha na nuca, nem dava pra ver por causa do cabelo. O motivo dela era o surf, quando tinha 10 anos, algumas dias depois da minha mãe morrer eu estava acabada, então resolvi ir surfar pra extravasar a raiva, mas o mar estava agitado e eu levei um caldo daqueles, quando a onda me derrubou a prancha acabou batendo com tudo na minha cabeça e acabou fazendo o corte, ele era pequeno e me rendeu três ponto na nuca e um pouco de cabelo raspado. O pior, é que naquele dia quem me ajudou foi o Rafe, eu estava numa praia do Figure 8, precisava de um tempo só pra mim, Rafe me viu saindo da água zonza, ele me sentou na areia, meu deu água.viu o machucado e depois ligou pro Tio BJ, ele até ficou no hospital até eu ser liberada e me deu uma caixa de chocolates, o único dia em que Rafe Cameron foi legal comigo.

  A segundo, era uma cicatriz no joelho, ela também era pequena e discreta. Ganhei ela quando tinha 12 anos, por culpa do meu pai. Eu e o JJ tínhamos passado o dia surfando com o John B, por causa disso não tinhamos feito as tarefas de casa, entendi meu pai ficar bravo, era uma responsabilidade minha e do JJ, mas ele ficou furioso e começou a quebrar toda a louça da casa e depois partiu pra cima de mim e do JJ. Na hora que ele foi me bater, ele me empurrou no chão e um dos cacos entrou no meu joelho, mas não pensem que por causa disso eu deixei de levar uma surra.

  Foi nesse mesmo dia que eu ganhei a cicatriz no pescoço. Depois da surra que eu e o JJ levamos nós fomos pro quarto dele, nos limpamos e um ajudou o outro nos curativos, naquela noite resolvemos dormir juntos, mas eu não conseguia dormir, minha cabeça estava agitada e eu não parava de pensar que eu já vivia naquela realidade a dois anos e que isso era só o começo, então o desespero daquilo continuar me dominou e eu simplesmente escolhi desistir.

  Levantei da cama tentando não acordar o JJ, fui até a cozinha que ainda estava cheia de cacos de vidro, peguei no chão um dos maiores cacos que achei, testei na minha mão pra ver se ele estava cortando e estava. Eu fechei os olhos colocando o caco no pescoço e pressionei no lugar, quando sentir a pontada da dor me invadindo, sabia que era aquela força que eu tinha que fazer pra terminar isso, então eu continuei pressionando e arrastando devagar pelo meu pescoço.

  Foi quando eu senti uma mão segurando a minha, abri os olhos e vi o JJ parado na minha frente, ele estava chorando e estava assustado, quando olhei pros olhos dele e vi o medo que ele estava sentido, eu larguei o caco de vidro e comecei a chorar. Eu senti vergonha do que estava fazendo, que tipo de irmã eu seria se abandonasse o JJ aqui sozinho com o Luke, nós só aguentamos até agora porque estávamos juntos, se ele me perdesse também, o mundo dele acabaria, eu estava sendo egoísta e fraca. Mas era difícil viver daquela forma, com medo de apanhar, precisando esconder hematomas pelo corpo, não se sentir mais livre, não se sentir seguro dentro da sua própria casa, tudo aquilo era agonizante e eu não queria sentir, eu tinha só 12 anos, não deveria estar lidando com aquele tipo de coisa, mas entendia que tentar me matar não era a melhor saída.

Odeio amar você - Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora