Olivia Maybank é uma adolescente de 17 anos, tudo que ela tem é o irmão gêmeo e os amigos. Seu maior desejo é se tornar independente, conseguir fugir dos abusos e agressões dos pai.
Enquanto ela luta por essa independência, Rafe Cameron vive a vid...
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𝑳𝒊𝒗
11 de Dezembro
Acordei com o barulho do despertador, quando finalmente acordei pra valer percebi que tudo era real, incluindo tudo que aconteceu com o Cameron. Minha cabeça doía, acho que chorei até dormir, minha cara tava amassada e eu me sentia um caco, quando fechava os olhos ainda conseguia ver o Cameron quebrando tudo no quarto, conseguia ouvir o som das coisas se quebrando,.conseguia ver a marca do soco a centímetros do meu rosto naquela parede e todos essas lembranças tristes só me faziam voltar ao passado, a meses, semanas e até mesmo alguns dias atrás, nesse mesmo lugar.
"Você tá pensando de mais, me escuta porque eu so vou falar uma vez...você é minha, sempre foi e vai continuar sendo com ou sem acordo, e o seu lugar é ao meu lado e nada pode mudar isso. Você não precisa ter medo de nada, eu vou continuar aqui"
"Tudo que eu quero é te ver sorrindo"
"Sempre vou proteger você Gatinha"
Mordo meu próprio lábio e olho pra cima evitando que qualquer lágrima caisse, eu já tinha chorando a noite toda, não iria derramar mais nenhuma lágrima por ele. Rafe foi cruel, tudo que ele disse doeu lá no fundo, mas as ações dele doeram muito mais, foi como se o cara que ameaçou o Luke por ter me batido tivesse morrido, mesmo ele sabendo tudo que eu passei ele foi lá e destruiu tudo ao meu redor. Mesmo que eu mantenha proximidade com o Luke e me mantenha de pé parecendo firme todos os dias, não quer dizer que eu não tenha medo, eu tenho muito medo e ontem naquele quarto eu me sentia a Liv de 10 anos de novo, uma garotinha assustada vendo alguém que ela gosta e que era importante perder totalmente o controle, deixando de ser príncipe e se tornando uma coisa assustadora, alguém irreconhecível.
Isso era o que mais doía, a dúvida...o Rafe disse que tudo foi um papel, um personagem pra consegui se manter no acordo, que ele era ele de verdade, e pensar que talvez aquilo realmente fosse ele, que eu me apeguei a uma força e que de novo perdi alguém pras bebidas e pras drogas me quebrava, era como repetir o filme do Luke, era doloroso igual. Luke era meu pai, alguém que eu amava, alguém que me fazia sorrir todos os dias, alguém que me fazia sentir segura...e o Cameron...ele passou de Kook babaca que eu queria distância, pra um babaca que eu gosto e que queria sempre por perto, ele também me fazia sorrir e me fazia sentir segura, sentir desejada e eu não tinha medo de ser eu perto dele, mesmo com as cicatrizes e os demônios...eu deixei ele entrar, abaixei as barreiras, expus tudo e ele primeiro cuidou da ferida, fez carinho e depois enfiou o dedo lá no fundo fazendo doer até a alma.
Tudo que eu queria era odiar ele, odiar ele tanto quanto eu odiava antes desse acordo, mas não conseguia, porque antes do ódio vinha a tristeza, a decepção, a mágoa e esses sentimentos eram mais difíceis de lidar que o ódio e a raiva. A raiva e o ódio me fariam querer socar a cara dele, mas tudo que eu queria agora é esquecer tudo, queria que o dia acabasse e a noite voltasse pra eu poder me encolher na minha cama e dormir, assim eu não pensaria em nada.
