Praticar

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Sarah havia passado no seu teste com facilidade, e Kate não disse nada sobre Nathan, então acho que ele passou também. No fim das contas foi assustador, principalmente se tratando de Kate, mas deu certo.

    — Vocês já viram ele, eu não — Sarah se defendeu dando de ombros.

    Kate traria Nathan  para nos conhecer naquele almoço. E considerando que as pessoas que eu conversava ali se resumiam as meninas e Jack, qualquer presença nova era bem vinda. Eu geralmente era uma pessoa sociável, pelo menos até entrar ali. Não saia conversando com cada alma viva ao meu redor, mas não ficava acomodada como estava ali com meu pequeno grupo.

    — Eu também não o conheço — Jack disse dando de ombros e nós rimos.

    — Ele certamente não está perdendo nada — Abby olhou para o garoto que sorriu abertamente.

    — Eu sei que chora quando não posso almoçar com vocês, admita.

    — Nunca — ela disse em um tom severo, mas o sorriso suavizava.

    — Ainda — disse voltando a comer.

    Sarah se transformou em Abby, completamente, e no mesmo segundo cruzou os braços erguendo as sobrancelhas, exatamente como Abby sempre fazia.

    — Eu posso ler a mente de todo mundo e bá blá blá.

    Eu e Jack rimos e Abby sorriu.

    Levitei a embalagem do sanduíche de Sarah e o atirei contra seu rosto.

    — Para de graça, isso é assustador — sorri vendo sua cara de perplexa enquanto voltava a ser ela mesma.

    Sarah semicerrou os olhos pra mim, rindo, e se transformou em Charlie. Engoli em seco.

    — Por quê a cara feia, bonitinha?

    Jack parecia confuso, mas prestava atenção.

    Ela voltou a ser ela rapidamente, talvez não conseguisse manter por tanto tempo, ainda mais sem ele estar perto. Ou talvez, só não quisesse me torturar tanto assim,

    — Isso é passar dos limites.

    — E jogar coisas na minha cara não?

    Ri.

    — Justo.

    Kate entrou no refeitório acompanhada de Nathan. Os dois andávamos próximos o suficiente para ficarem se esbarrando de forma quase casual. Bonitinhos. Ficamos quietos tentando parecer normais enquanto eles se aproximavam e Kate sorriu constrangida oscilando para o roxo.

    — Oi — sorrimos em resposta — esse é o Nathan — direcionamos os olhos para ele e ele sorriu um pouco constrangido, mas acenou — Nathan, as meninas e o Jack.

    — Adoro ser tratado diferente — Jack brincou e Nathan sorriu.

    — Kate falou bastante de vocês — ele disse.

    — Abby idolatra seu pai, e Nate idolatra sua mãe — Kate dedurou pra mim enquanto eles se ajeitavam na mesa com suas bandejas.

    Sorri olhando para Nathan que parecia meio envergonhado.

    — Ela é muito boa — ele disse e eu sorri de volta.

    — Vou passar o recado.

    Ele sorriu também e eu me senti contente em ele parecer confortável estando ali.

    — É hipnólogo também? — Sarah perguntou curiosa.

    — Não, eu tenho dons de cura — ela e Jack ergueram as sobrancelhas.

(Sem) Controle - IOnde histórias criam vida. Descubra agora