Estresse

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Olhei de relance para todos eles e sentei no braço do poltrona.

— Ta, isso é uma pegadinha? Porque estou começando a ficar assustada.

Charlie suspirou me olhando.

— Lindinha, que horas sua aula acabou? — ele perguntou calmo.

— As três, como sempre.

Ele assentiu.

— E o que fez depois?

— Eu já disse, fiquei uns cinco minutos na sala e vim pra cá deixar minha bolsa.

— Isso é completamente impossível — Kate disse — nós fomos lá, o Charlie foi lá.

— Espera, a questão não é só essa — Charlie veio até mim — está me dizendo que essas três horas passaram como cinco minutos pra você?

O olhei, sentindo meu coração começar a bater nos ouvidos.

— Você não dormiu e achou que fosse cinco minutos? — Kate perguntou.

— Não, eu não dormi.

— Meninas, calma — Charlie colocou as mãos na cabeça — Emily, está me dizendo que veio da sala direto pra cá?

Assenti, confusa e com medo.

— Lindinha, você não estava lá nas últimas horas — ele segurou minha mão e segurou meu celular o desbloqueando, mostrando a quantidade de mensagens e ligações das meninas na tela — está se sentindo bem?

— E-eu acho que sim, mas o que…?

Ele me abraçou, acariciando minhas costas.

— Respira fundo — ele pediu.

Fiz, o envolvendo com os braços também.

— Abby, consegue ver alguma coisa? — ele perguntou baixinho.

— Eu… eu vejo exatamente o que ela disse.

— Nada estranho?

— Não.

— Ok — Charlie segurou meu rosto me olhando de perto — vamos para a enfermeira ver se está tudo bem mesmo.

— Eu não estou louca.

— Sei que não — ele sorriu de leve — mas estou com medo de estar machucada ou coisa do tipo.

— Eu estou bem, não preciso ir para a enfermaria — o pânico de ver minha mãe subiu pelo meu corpo.

— Emily, vai — Kate pediu, os olhinhos brilhando.

— Mas eu…

— Por favor — Charlie pediu.

Olhei seus olhos, ele me olhava como nas madrugadas em que tive aqueles pesadelos horríveis.

— Minha mãe.

Charlie engoliu em seco.

— Ok — ele me soltou, triste — alguma de vocês pode ir com ela?

Aquilo doeu de um jeito absurdo. Segurei a mão dele e respirei fundo.

— Eu vou com você.

O sorriso dele me preencheu completamente.

— Ta, acho que está em boas mãos — Abby deu um sorrisinho — avisa, qualquer coisa — assenti.

Kate me abraçou, simplesmente do nada, e eu a apertei.

— É tão bom te ver.

— É bom te ver também — afaguei suas costas — estou bem, eu juro.

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