Além do meu pai, solicitei a visita da minha mãe e de Charlie. Minha mãe veio primeiro, porque já estava lá, e quando entrou, senti meu mundo cair ao ver seus olhos daquele jeito.
Nunca havia visto minha mãe perder o controle com nada, até sua raiva extrema havia sido demonstrada com uma certa frieza, mas assim que o guarda fechou a porta, ela chorou.
Eu fui solta da cama, após meu pai insistir que eu não oferecia perigo sem meus poderes, e não sei se por ele ter sido convincente, ou de fato eu aparentar não representar nenhum perigo, me soltaram.
— Mãe — fui apressada até ela, me jogando em seus braços.
Ela me apertou com força, chorando igual uma criança enquanto me apertava.
Meu pai havia sido muito contido, acho que não queria me apavorar, mas ver minha mãe daquele jeito me destruiu.
— Me desculpa — meus olhos ardiam enquanto eu tentava não chorar.
Ela chorou mais, me apertando mais forte. Deixei as lágrimas saírem dos meus olhos, afundando meu rosto no peito dela. Torcendo para tudo ser um pesadelo e eu acordar no meu quarto.
Minha mãe foi se acalmando aos poucos, e quando apenas sua respiração estava meio ofegante, ela segurou meu rosto entre as mãos, para me olhar.
— Desculpa ter te tratado daquele jeito, eu fui uma idiota — disse com a voz falhando — eu te amo mais que a minha vida e isso é o que importa — senti meus olhos marejarem de volta.
— Eu entendo, mesmo — dei um sorrisinho.
Não fiquei brava com ela, não consegui nem ficar triste com ela por conta daquilo.
— Papai disse que eu te apaguei.
Ela negou levemente.
— Não importa — voltou a me apertar.
Ela me puxou para a minha cama devagar, sentando de frente para mim.
— Como está se sentindo? — limpou minhas lágrimas, respirando fundo.
Engoli em seco.
— Eu to confusa — meus olhos marejaram de volta — e com medo.
— Não tenha medo — acariciou meu cabelo — você possuía sinais claros de possessão, não podem te condenar por algo que não fez.
Engoli em seco.
— Que sinais?
— Eu já sabia um pouco sobre, mas depois que sua amiga disse que estava ouvindo alguém na sua cabeça que não era você, liguei os pontos.
Abby.
— Estava oscilando fixamente — ela disse — e praticamente imóvel grande parte do tempo.
— Isso são sinais?
Ela assentiu.
— Eu e seu pai conversamos bastante nos dias em que esteve desacordada — ela disse — você destruiu aquele refeitório como uma distração, assim como só atacou quem quis te tirar de lá. A escola praticamente inteira estava lá, isso deixou as demais áreas livres.
Engoli em seco olhando para o chão. Não lembrar de nada era horrível.
— Sua perda de memória naquele dia — ela disse — não acho que tenha sido estresse.
A olhei ainda mais atenta.
— Usaram sua persuasão, então sabiam dela — ela disse — acho que conseguiram essa informação nesse dia.
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(Sem) Controle - I
FantasyEmily vai para a academia aprender a usar seus poderes achando que seu maior problema seria esconder seus dons problemáticos, porém, uma série de sequestros desencadeia vários problemas e ela se vê obrigada a pedir ajuda do povo que mais odeia Quat...