Brincando no parquinho

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Nossas provas não seriam na sala, e isso me deixou meio aflita. Querendo ou não, um ambiente fechado trazia um certo conforto, agora fazer o teste do lado de fora, com qualquer pessoa podendo parar e assistir era meio perturbador.

Abby, foi a primeira, como da outra vez, e respirando fundo se levantou indo até a senhora Linsen.

— Vão apenas testar sua fraquezas hoje — a senhora Linsen disse tranquila — ou seja, o pior desempenho da primeira prova, espero que tenham se aperfeiçoado nesse desde lá — ela olhou para Abby e estendeu a faixinha, pedindo a pulseira dela depois.

Abby pegou a faixa e deu a pulseira do meu pai para a senhora Linsen.

— Cinco minutos de silêncio — ela disse a Abby assentiu, ela conseguia, já havia a visto conseguido ainda mais que aquilo.

Abby sentou no chão e fechou os olhos. A telinha apagou e a senhora Linsen começou a cronometrar. Foram cinco minutos que pareceram vinte, mas quando a senhora Linsen informou que ela tinha conseguido, Abby abriu os olhos de volta e a telinha voltou a acender.

— Perfeito — a senhora Linsen sorriu — Abby Zelley, aprovada.

Não demorou muito para minha vez chegar, e quando levantei, tive certeza que seriam movimentos leves, ainda bem que havia me preparado muito para aquilo.

— Senhorita Davis — a senhora Linsen apontou para os dardos em cima da mesinha e depois olhou para o alvo — cinco no círculo vermelho.

Tá, tranquilo. Ótimo.

Ajeitei os dados e quando olhei rapidamente para o lado, vi Simon apoiado em uma árvore. Ele sorriu e fez o sinal de positivo com a mão e eu sorri. Ele havia dito vagamente que iria me ver, mas não achei que era sério.

Simon era fofo, muito fofo.

Olhei para os dardos e depois para o alvo. Ergui o primeiro com a mão e olhei fixamente para o alvo quando o arremessei. Não era um movimento lento, mas era preciso, se possível, ainda mais difícil que os movimentos mais lentos. O primeiro acertou no canto da bola vermelha.

Mais quatro.

O segundo foi mais perto do centro, o terceiro mais pra ponta, e os dois últimos cravados lindamente no meio.

— Boa evolução — a senhora Linsen disse — Emily Davis, aprovada.

Sorri contente e voltei para o meu lugar, os olhos fixos em Simon. Ele fez um sinal do tipo “te vejo quando acabar”.

Desliguei minha cabeça enquanto esperava Kate, e quando ela foi chamada, eu e Abby nos endireitamos para ver.

— Aves — a senhora Linsen disse e Kate assentiu — consegue chamar uma ou prefere a gaiola?

— Vou chamar uma — ela disse, acho que a maior parte do problema da outra avaliação foi a ave estar estressada, talvez se uma viesse por conta própria seria melhor.

Kate botou os dedos na boca e assobiou, como a branca de neve. Ergueu o braço e em questão de segundos um pequeno passarinho pousou em seu dedo.

— Obrigada — ela sorriu para o passarinho — eu sou Kate.

Kate olhou para o passarinho e assentiu.

— O nome dele é Byfer — ela disse para a senhora Linsen que avaliava com atenção — pode voar em círculos e depois voltar para minha mão, por favor?

Byfer deu um aceno de cabeça e saiu voando. Todo mundo olhou aquele pequeno serzinho marrom voar em dois círculos no céu e depois voltar para a mão de Kate.

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