Fiquei vários minutos ensaiando entrar na festa, e quando entrei, só peguei mais um refrigerante e saí, torcendo para ninguém notar minha ausência.
Fui andando devagar até o dormitório e sentei em uma das poltronas, abrindo o refrigerante. Me sentia estranha e não queria parar muito para pensar nos motivos que estavam me deixando daquele jeito, então achei melhor voltar para o quarto antes de fazer alguma besteira.
Tirei aquela roupa e a maquiagem, quase rindo ao pensar que eu tinha ido pra ficar menos de uma hora. Deitei na cama já de pijama e lembrei da lança e da espada. Minha lança e minha espada que Charlie havia pensado e feito pra mim.
Abracei minha almofada e virei de lado. Eu teria ficado a noite toda com ele naquele arsenal, teria ficado a noite toda com ele em qualquer lugar, na verdade.
Não tive tempo para me perder nos meus pensamentos, porque a porta do quarto foi aberta com brutalidade.
— Puta que pariu, puta que pariu, puta que pariu.
Abby.
Levantei rápido saindo do meu quarto. Abby estava de joelhos no chão com as mãos na cabeça.
— O que aconteceu?
— PUTA QUE PARIU! — ela me olhou colocando a mão no peito.
Arregalei os olhos dando um passo pra trás assustada.
A maquiagem em seu rosto estava levemente borrada e o cabelo não tão perfeito quanto na hora que saímos.
— Eu não te ouvi — ela disse, respirando ofegante — o que está fazendo aqui?
Ergui as sobrancelhas.
— Posso perguntar o mesmo?
Ela levantou com calma e respirou fundo repetidas vezes.
— Eu fiquei com o Jack.
Arregalei os olhos sorrindo.
— Não não não — me olhou com raiva — não fiquei feliz.
— Tarde demais — sorri ainda mais indo até ela — como?
Abby passou as mãos no rosto e apoiou a testa na parede.
— Eu ouvia os gritos dele dentro da minha cabeça do outro lado do galpão — ela disse baixo.
— Tá conseguindo ouvir de longe agora? — perguntei curiosa, sentando na poltrona para olhá-la com atenção.
Abby riu de nervoso.
— Só ele.
Olhei para o chão me perguntando se eu deveria falar mais algo ou esperar ela querer falar.
Abby respirou fundo e me olhou, vindo devagar até a poltrona de frente para a minha.
— O que eu faço?
Queria dizer para ela se jogar em cima dele para que fossem lindos e irritantes juntos, mas não acho que era o que ela queria ouvir, e se fosse eu, odiaria aquele conselho.
— Você gosta dele? Seja sincera.
Ela assentiu.
— E você literalmente entra na cabeça dele, então sabe que ele gosta de você.
Ela assentiu de volta.
Estendi minha mão até seu pulso e virei a bolinha da pulseira para baixo.
— Ou você corta isso de uma vez, ou dá uma chance — dei de ombros.
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(Sem) Controle - I
FantasyEmily vai para a academia aprender a usar seus poderes achando que seu maior problema seria esconder seus dons problemáticos, porém, uma série de sequestros desencadeia vários problemas e ela se vê obrigada a pedir ajuda do povo que mais odeia Quat...