— É horrível dizer isso, mas você funcionava melhor quando eu não era tão legal com você — Charlie cruzou os braços erguendo as sobrancelhas para mim.
— Jura? — respondi com raiva e ele sorriu de lado.
— Seja uma menina obediente, estou te treinando — ele disse, se aproximando um pouco.
— E eu estou lembrando porque te odiava tanto.
Charlie gargalhou, se aproximando ainda mais para segurar minha cintura.— Ficou bastante tempo sem treinar, é normal estar fora de forma. E como já estava acostumada a ser melhor, é igualmente natural estar frustrada.
Olhei para a grama e Charlie tocou meu rosto para que eu erguesse novamente os olhos para ele.
— Quer que eu seja o treinador mau? — perguntou sério — acho que vamos render melhor se eu for irritante o suficiente para não te distrair com a minha beleza.
Sorri revirando os olhos e ele sorriu também, me puxando para um beijo rápido.
— Esse foi o último do treino — avisou, saindo de perto, indo pegar a sua e a minha lança — tenta me machucar, de verdade — ele me deu a lança.
— Não quero te machucar.
— Não vai conseguir, não se preocupe — ele deu de ombros.
Metido arrogante.
Peguei a lança e avancei para acertá-lo. Charlie desviou e sorriu de lado, vendo que conseguiu seu objetivo, me deixar irritada.
— Menos afobação e mais técnica, lindinha.
Arrumei a posição e ele fez o mesmo dando um aceno sutil. Dessa vez ele avançou, e eu de forma completamente estabanada me desviei, derrubando minha lança no chão.
— Se quisesse ter te matado, matava agora — apontou a ponta para minha garganta — foco, lindinha.
Suspirei e me afastei, pegando a lança de volta. Ele avançou para me atacar de volta e eu encarei a lança, dando um comando rápido e forte para ela sair das mãos dele. Ela saiu voando alguns metros e quando Charlie me olhou surpreso, joguei seu corpo para trás o derrubando no chão, apontando a lança para seu pescoço.
Ele sorriu, orgulhoso.
— Use a telecinese a seu favor, perfeito — ele disse e eu sorri orgulhosa, pelo menos até ele me dar uma rasteira e me deixar na grama, subindo em cima de mim — mas não dependa dela — segurou meus pulsos acima da cabeça.
Ele me soltou e eu levantei, limpando a grama dos joelhos.
— Tem que lembrar que não é muito forte, então quando a força física for necessária, deixe o adversário o mais impossibilitado possível — ele disse e eu assenti.
Charlie indicou a espada e eu peguei. Ontem treinamos confrontos com espadas, por mais de uma hora seguida, e não que isso me fizesse boa, mas me fez menos pior.
Ele assentiu, demonstrando para eu ir, e eu fui. O barulho das espadas se chocando me incomodava muito, mas tentei me desligar disso enquanto elas batiam toda vez que eu tentava atacar Charlie e ele desviava perfeitamente.
— Mais pressão — ele passou o cabelo para trás — alguém forte joga sua espada longe se não estiver com ela bem firme.
Eu tentava assimilar tudo que Charlie falava, seguir todos os conselhos, mas era mais difícil do que parecia. Não que parecesse fácil, porque realmente não parecia.
Quando ele jogou minha espada no chão pela terceira vez, pedi um tempo com a mão para poder tomar água e ele assentiu, cravando sua própria espada no chão.
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(Sem) Controle - I
FantasyEmily vai para a academia aprender a usar seus poderes achando que seu maior problema seria esconder seus dons problemáticos, porém, uma série de sequestros desencadeia vários problemas e ela se vê obrigada a pedir ajuda do povo que mais odeia Quat...