Segunda vez

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Estava sendo uma manhã agitada. Todas as aulas fora da sala sempre eram mais agitadas e tendiam a passar rápido.

Eu atirava pequenos dardos em um alvo, tentando atingir os pontos minúsculos que a senhora Linsen havia feito, e de alguma forma, cada uma se concentrava no que havia sido “pior” nas primeiras avaliações. Abby estava sentada em completo silêncio usando aquela faixa estranha na cabeça. Ela ficava apagada alguns segundos, mas quando ficava vermelha via a vontade de Abby de jogá-la o mais longe que pudesse. E Kate, estava conversando com uma pomba, eu acho.

    A senhora Linsen, em algum momento, sumiu, então todas apenas continuaram a fazer o que estavam fazendo. Eu estava com um pouco de medo da menina que estava conjurando uns raios sabe deus da onde, tinha a impressão que em algum momento ela ia encostar em mim e me dar um choque.

    Para minha sorte, a senhora Linsen apareceu antes de isso acontecer, e para meu azar, ela parecia tensa.

    Ela colocou os dedos na boca e assobiou tão alto que doeu meus ouvidos.

    — Meninas! — ela atraiu a atenção e todas — parem o que estão fazendo e todas para o auditório, agora — disse apenas.

    Olhei em volta para ver se todas ficaram nervosas como eu fiquei, e a resposta era sim. Olhei para Kate e fomos até Abby estendendo as mãos para ajudá-la a se levantar.

    — Vish, que merda será que deu?

    — Não pode ser uma coisa boa? — Kate perguntou, quase tremia.

    — Com a cara dela, com certeza não — disse séria.

    Seguimos o fluxo de pessoas para o auditório, e não sei se ver alunos de todos os povos me deixava mais calma, ou mais tensa. Vi minha mãe de longe e ela engoliu em seco negando com a cabeça levemente. Ta, havia dado merda, das grandes.

    A diretora, uma senhora que parecia sempre muito brava, subiu no pequeno palco quando todas as turmas chegaram. Tanta gente dentro daquele lugar que alguns ficaram de pé no fundo, por falta de cadeiras.

    — Bom dia, alunos — ela disse. Minha mãe me disse que ela não gostava de fazer discursos, tanto é que estava a vendo pela segunda vez agora, e primeira tinha sido por acaso — temos um comunicado importante para vocês, peço que escutem com atenção.

    Vários cabelos oscilaram e não duvidava que meu cabelo estivesse oscilando.

    — A corte entrou em contato comigo essa manhã para relatar algo grave — ela olhou para todo mundo — uma colorida foi raptada por três coloridos e foi submetida a testes utilizando os poderes deles — a mulher respirou fundo como se fosse difícil falar aquilo — eles invadiram a cabeça dela e fizeram algo que a própria corte ainda não sabe explicar, mas aparentemente ela entrou em coma — colei na cadeira — os responsáveis foram localizados, mas fugiram antes de serem pegos. Os rastreadores da corte estão realizando buscas nesse momento, dois deles estão aqui para verificar a instituição, e principalmente os dormitórios de vocês. Por hora, permanecerão aqui.

    Ela saiu do palco e o lugar foi preenchido por conversas agitadas. Meus olhos estavam fixos na minha mãe enquanto ela cruzava o lugar, agitada, para falar comigo.

    — Oi meninas — ela olhou para Kate e Abby que focaram a atenção nela — quando liberarem o dormitório de vocês, vão para lá e não saiam em hipótese alguma — agora ela me olhou — vou tentar fazer a guarda lá.

    Segurei o braço dela e acho que ela enxergou o pânico nos meus olhos.

    — O papai?

    — Está nervoso, mas está bem — ela me garantiu — falei com ele logo antes de entrar aqui, está com a menina.

(Sem) Controle - IOnde histórias criam vida. Descubra agora