Acordei com meu relógio vibrando no pulso e sentei na cama assustada. Na hora uma pontada de dor invadiu minha cabeça e eu quis gemer, mas ia acordar Kate.
Levantei o cobertor para me olhar. Estava de pijama, mas não lembrava de ter voltado pro dormitório ontem, muito menos ter vestido o pijama.
Olhei para Kate só para ter certeza que estava no quarto certo e fiquei levemente aliviada, me levantando meio tonta.
Puta merda.
Bebi água e fui para o banheiro. Eu não estava com o rosto borrado de maquiagem, como imaginei que estaria, mas minha cara em si não estava muito boa. Não que alguma manhã estivesse boa, mas agora parecia péssima. Joguei uma água no rosto e escovei os dentes antes de pegar as roupas de treino.
Me senti tentada a cancelar, mas Charlie estaria lá, em pleno sábado, me esperando. Não podia furar em cima da hora desse jeito, ainda mais para algo que eu havia pedido.
Tomei um remédio para dor de cabeça e me troquei. Não estava enjoada nem nada, na verdade se não fosse a cara de morta e a dor de cabeça, diria que estava bem, muito bem.
Prendi o cabelo de qualquer jeito e saí do quarto em completo silêncio.
Charlie estava me esperando na entrada do bosque, não no ringue como Nick havia me esperado nos últimos dias. Ele sorriu abertamente quando me viu e eu acabei soltando um sorrisinho também, estranhamente aliviada em vê-lo.
— Bom dia, lindinha — ele me analisou rapidamente e franziu o cenho.
— Oi — ele se aproximou bastante e tocou meu rabo de cavalo.
— O que fez com as ondinhas?
— Nada, vão voltar quando eu lavar — disse achando sua reação engraçada.
— Que bom, gosto delas — estendeu a mão para que eu segurasse — vamos?
— Eu to com um pouco de dor de cabeça, pode correr um pouco mais devagar? — pedi.
Era a oportunidade perfeita para ele zoar comigo, mas seu cenho franziu.
— Bateu em algum lugar? — disse um pouco preocupado.
— Não — ri — tá mais pra uma ressaca mesmo.
— Ah — ele riu também — a festa dos transformistas, soube dela — estendeu a mão de volta — prometo ir devagar.
Segurei sua mão e ele me pegou no colo, não como se eu fosse um saco de batatas, mas como um bebê. Fechei os olhos e pousei a cabeça em seu peito, tentando não sentir a corrida.
Ele foi mais devagar, mas ainda assim, rápido, e quando parou, não fiz menção de descer, caso contrário ia cair com tudo igual da primeira vez.
— Pronto — ele se ajoelhou e me colocou sentada no ringue de pedra — bem?
Abri os olhos devagar e assenti.
— A princesinha da corte fez muitas peripécias ontem? — ele ergueu as sobrancelhas, divertido.
— Não lembro — fui sincera e quis rir de desgosto — mas o pouco que lembro, quero esquecer.
Ele assentiu e sentou na minha frente.
— Mas estou bem pra treinar — fui tentar levantar, mas cedi a vontade de ficar sentada quando minha cabeça deu uma pontada com o esforço.
— Calma, princesa — ele cruzou as pernas me olhando com atenção — esquecemos as formalidades — ele pigarreou e eu sorri — estou bem, se te interessa saber — revirei os olhos e ele sorriu mais — e soube que treinou com o Nick.
VOCÊ ESTÁ LENDO
(Sem) Controle - I
FantasiEmily vai para a academia aprender a usar seus poderes achando que seu maior problema seria esconder seus dons problemáticos, porém, uma série de sequestros desencadeia vários problemas e ela se vê obrigada a pedir ajuda do povo que mais odeia Quat...