Capítulo 10 - Aposta

5.3K 296 45
                                    



POV VALENTINA:

Confesso que julguei um pouco o jogo, até que era bem divertido, e até que eu nem era tão ruim, acertava todas e fazia questão de comemorar a cada vitória, não demora muito até eu notar quase todos da festa em volta da mesa nos assistindo jogar, vejo Luiza me encarar, ela parecia estar irritada com algo, era minha vez então volto a focar no jogo, me concentro e...- DROGA, Errei. Joguei a bolinha forte demais. Luiza se aproxima e fala em voz alta que queria participar do jogo também.

- Posso jogar?

- Claro Luiza, mas precisa de uma dupla. - Helena que também é da nossa faculdade responde.
Logo abro um sorriso para Luiza e quando eu ia me oferecer para ser a dupla dela, ela rapidamente puxa João o chamando pra ser seu parceiro, na hora o sorriso que está em meu rosto some.

Cansei de jogar, no fundo o jogo nem era tão divertido assim, então vou dar uma volta, pois aquela ceninha da Luiza com o João se divertindo e enchendo a cara de cerveja estava me incomodando. Parece que eles erravam de propósito, não é possível.

Conversei com alguns amigos, mas nenhum papo interessante, tentei desviar algumas vezes da Fernanda que continuava me cercando, ela não saia do meu pé, depois de tanto andar e alguns papos, volto para o lugar onde o jogo ainda estava acontecendo e para minha surpresa Luiza ainda estava lá. Confesso que fiquei um pouco preocupada, ela estava ficando alterada por conta da cerveja, olhei ao redor e não encontrei a Duda, então fui falar com o meu irmão.

Valentina: Igor, cadê a Duda?

Igor: Ela foi até o banheiro.

Valentina: A Luiza chegou a acertar alguma vez desde a hora que entrou nessa besteira de jogo?

Igor: Se ela acertou duas vezes foi muito. - Ele ri.
Valentina: Que? Então ela está bebendo esse tempo todo? - Falo indignada.

Igor: É, ela é realmente muito ruim. - Ele ri novamente.

Valentina: Por que você tá rindo Igor? isso é sério. A gente já tinha tomado vinho em casa. - Digo um pouco grossa.

Igor: Qual foi Tina, não tô entendendo o motivo do seu estresse, ela tá só se divertindo.

Valentina: Eu não tô estressada, só não acho uma boa ideia ela ficar bebendo assim.
Igor: A Luiza já é bem grandinha Valentina, ela sabe o que faz. Mas me diz, o que tá rolando? Passaram o dia juntas fazendo trabalho, tu trouxe ela para essa festa e nem ficou de implicância com ela. Fizeram um tratado de paz é?

Valentina: Bem que eu queria, na verdade, queria é bem mais... Essa mulher mexe comigo Igor.

Igor: Não sonha Valentina, a Luiza nunca vai te dar bola.
Valentina: Claro que vai, ela ainda vai casar comigo. - Dou um sorriso bobo.
Igor: Duvido - ele da risada. - Aposto que você nunca vai ficar com ela, a Luiza te detesta Valentina.

Valentina: Eu vou conquistar ela irmão você vai ver.

Igor: Você tá se iludindo, e você sabe disso.

Valentina: A única coisa que eu sei, é que ela é a garota mais incrível que eu já conheci na minha vida.


Igor: Se você diz...Mas eu duvido que um dia vocês irão ficar juntas.

Valentina: Obrigado pelo incentivo...- Digo irônica.
Igor: Eu sou realista minha querida irmã, eu aposto que você não consegue conquistar essa aí.

Valentina: Que?

Igor: Isso mesmo que você ouviu, eu A P O S T O.

Valentina: E eu aposto que consigo, ainda vou esfregar na sua cara.

Igor: Tá Tá Tá, vamos fazer assim, se você conseguir ficar com a Luiza eu ajudo a mamãe durante um mês a fazer o jantar, agora se você não conseguir, você precisa me dar cobertura toda noite que eu quiser sair com a Duda pro Papai não ficar falando na minha orelha, fechado? - Ele estica a mão.

Penso um pouco, isso não me parecia muito certo, mas de qualquer forma se livrar de ajudar a minha mãe a fazer o jantar durante um mês inteirinho é uma proposta tentadora, eu odeio como minha mãe me estressa até na hora de lavar uma salada toda vez que ela fala. "Pelo amor de Deus Valentina, você não faz nada direito mesmo, nem conseguir lavar uma salada você consegue." Penso mais um pouco e respiro fundo.

- Fechado. - Estico minha mão.

Duda: Que aperto de mãos é esse? - Duda diz se sentando na mesa.

Igor: Nada demais, eu só apostei com a Valentina que ela não consegue fic...- Interrompo Igor imediatamente.
Valentina: Não consigo ficar sem beber...-Dou um sorriso amarelo e encaro Igor. - Mas já falei que ele perdeu, não vou mais beber hoje.

Duda: Você não vai, mas eu vou bem é pegar uma caipirinha pra mim, você quer amor? - Igor balança a cabeça que não e Duda vai até a cozinha.

Igor: Por que você não deixou eu falar pra ela da aposta?

Valentina: Você tá maluco? A Duda é melhor amiga da Luiza, ela não pode saber Igor. - De repente ouço um coro inteiro gritar e caminho em direção ao som.

- VIRA VIRA VIRA VIRA.

- ANDA LU, VIRA LOGO. - João gritava.

Lá estava ela, tendo que virar mais um copo de cerveja, começo a ficar preocupada, dava pra ver que ela estava ficando cada vez mais bêbada e vulnerável, aquilo me deixava nervosa e tensa, não quero que nada aconteça com ela.

POV LUIZA:

Eu chamei o João para jogar aquele jogo bobo comigo, minha pontaria era horrível e a dele é pior ainda, mas acho que comecei a pegar o jeito, e depois do quarto copo de cerveja, o jogo começou a ficar interessante. Perdi a Valentina de vista, aliás, nem ligo para ela, fazia tempo que eu não me divertia, então hoje decidi que vou de fato me jogar!

A música estava alta, minha visão começando a ficar turva, as pernas meio bambas, e eu sentia meu estômago embrulhar, eu tinha errado de novo, e talvez eu não estava mais aguentando um gole, mas a galera começou a gritar pra eu beber, então pego o copo e levo até a minha boca, mas sinto alguém puxar o meu braço.

- Luiza, acho que você já bebeu demais, vem eu vou te levar para casa.
Me solta Valentina, quem você pensa que é para falar assim comigo? Eu não vou com você para lugar nenhum! - Puxo meu braço conseguindo me soltar e sai deixando ela falando sozinha, acabei indo em direção ao lugar onde ficava as bebidas, dessa vez resolvi experimentar uma caipirinha.
- Com bastante gelo? - Um cara alto que eu nunca tinha visto na minha vida me pergunta ao fazer minha caipirinha.
- Sim por favor.
- Respondo.

VALU - SERIA ESSE O COMEÇO?Onde histórias criam vida. Descubra agora