Capítulo 31 - Não Custa Tentar.

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POV VALENTINA:

Eu não aguentava mais ficar nesse hospital, queria ir para casa, mas o médico insistia que eu deveria ficar mais um pouco em observação. Toda essa situação já era horrível, e para piorar quando eu penso que as coisas podem ficar bem com a Luiza, a Fernanda aparece aqui de surpresa e estraga tudo. As vezes eu me pergunto, o que será que eu fiz para o universo para ele me castigar tanto.
Estava sem celular, o meu se estraçalhou no acidente. Queria tentar ligar para falar com a Luiza, mas no fundo eu sabia que era inútil, aquela lá quando coloca algo na cabeça é difícil de tirar.

POV LUIZA:

A minha rotina já era uma loucura, e eu ainda arrumo mais uma coisa para minha cabeça, acho que precisava que o dia tivesse ao menos 35 horas para dar conta de fazer tudo o que eu tinha que fazer. Hoje eu não tive nem tempo de pensar, o trabalho estava uma loucura, o clima em casa muito tenso, afinal meu pai ainda não tinha conseguido um emprego, na faculdade as aulas foram mega puxadas, e nos intervalos eu corria atrás de alguém da turma da Valentina para pegar a matéria para ela.

A Helena foi super legal, e estava me ajudando, era tanta coisa que eu estava totalmente esgotada, mas eu não podia deixar a Valentina na mão.

Na verdade tentei me convencer de todas as maneiras que eu faria isso por qualquer colega que tivesse sofrido um acidente, foi isso que meus pais sempre me ensinaram, que devemos ser gentis e prestativos com as pessoas sem olhar a quem.

Quando cheguei da faculdade, chequei meu celular, mais de 24 horas se passaram e a Valentina não tinha respondido minha mensagem.

Será que ela não quer me ver? Será que a Fernanda fez a cabeça dela, me chamando de interesseira? Acho que devia desistir dessa história de ajudá-la a estudar, mas eu também não sou do tipo de pessoa que fica tirando conclusões sobre mensagens, então, decidi que no dia seguinte, voltaria ao hospital para estudar com a Valentina.

{Quarta - Feira}

POV VALENTINA:

Eu já estava enlouquecendo, não aguentava mais ficar nesse hospital mesmo, aqui as horas não passam, é sempre a mesma rotina vazia e entediante, minha mente já estava planejando uma fuga, se continuar muito tempo aqui, tenho certeza que vou precisar ser transferida para a ala psiquiatra, porque eu juro que eu não tô mais aguentando.

Meu pai estava me fazendo companhia, na verdade, ele estava atendendo uma ligação atrás da outra. Falando em ligação, finalmente ele lembrou de comprar um celular novo para mim, mas achei melhor esperar o Igor chegar para fazer todas as configurações. O quarto que eu estava tinha tv, mas já estava cansada de zapear pelos canais.

Devia ser por volta das 16h00 horas quando escuto alguém bater na porta.
Como imaginei que era mais uma enfermeira vindo encher meu saco, nem fiz questão de olhar e continuei me irritando com a TV.

- Que bom que você veio. Pode ficar um pouco com ela?  Estou em uma ligação importante. Eu já volto! - Disse meu pai aproveitando a primeira oportunidade para fugir desse lugar.

- Oi Valentina.

Foi quando ouvi aquela voz doce, que tanto queria ouvir, olhei para o lado, e lá estava Luiza, com seu vestido azul, aquela franjinha de lado e a mochila que ela leva para a faculdade, parada em frente a porta.

- Posso entrar? - Ela pergunta me olhando e disparo um sorriso.

Eu fiquei surpresa, não esperava que ela voltasse, ainda mais depois do jeito que saiu daqui, achei que mais uma vez ela estava me odiando com todas as forças, e se isso for um sonho, eu prefiro não acordar.

VALU - SERIA ESSE O COMEÇO?Onde histórias criam vida. Descubra agora