*Sexta-feira a noite*
POV LUIZA:
Já se passaram três dias que eu e Valentina não trocamos uma palavra, mas a sensação que eu tenho é de uma eternidade, a verdade é que ir pra aquela faculdade sem ter a Valentina pegando no meu pé com suas brincadeiras idiotas, implicância e comentários estúpidos me faz falta. Eu me sinto até um pouco solitária, nosso grupo se resume em Duda, Igor, Carol, Roger, Valentina e eu. Mas Roger e Carol mal ficam com a gente agora e Igor e Eduarda me dão enjoo de tão melados que são e eu fico sobrando segurando uma vela gigantesca dos dois. Eu odeio ter que admitir isso, mas eu acho que estou com saudade da Valentina, daqueles olhos vibrantes, do sorriso irritante dela toda vez que sabe que conseguiu me provocar e principalmente do cheiro do seu perfume que eu jamais esqueci desde o dia daquela carona em que eu agarrava ela forte.
Caminho distraída e perdida em meus pensamentos até a sala de aula, sem querer esbarro com força em uma pessoa me fazendo sair do transe em que me encontrava.
- Desculpa, foi sem querer... - Ao levantar meu rosto vejo aqueles olhos verdes vidrados em mim e engulo seco.
- Tudo bem. - Ela diz sem piscar e eu me retiro cabisbaixa, esse foi nosso primeiro contato depois de três dias.
POV VALENTINA:
Finalmente era sexta-feira, o fato de eu me obrigar a evitar Luiza todos esses dias fez com que a semana se arrastasse mais do que o normal, eu a observava pelos corredores da faculdade, mas sem deixar que ela notasse, ela estava sempre tão séria e concentrada, mal via ela nos intervalos porque eu descobri que ela ficava dentro da sala de aula com a cara nos livros. Mas essa semana de certa forma foi boa, eu passei mais tempo com a galera da comunicação e eu e Fernanda nos aproximamos bastante, ela era engraçada, me fazia rir e eu até que estava gostando de passar mais tempo com ela e ter a sua companhia, a única coisa é que ela não cansa de tentar roubar um beijo meu, preciso me esquivar sempre e isso chega ser um pouco cansativo, eu nunca terei absolutamente nada além de uma amizade com ela, eu já tentei a um tempo atrás deixar meus sentimentos florescer em relação a Fernanda, mas a verdade é que meu coração não quer saber de ninguém, a não ser a Militantizinha que conseguiu roubá-lo.
- GATA! - Fernanda chega atrás de mim me dando um susto fazendo eu dar um pulo.
- Que susto Nanda! - Me ajeito na cadeira.
- Acabei de confirmar nossa presença em uma festa I R A D A. - Ela diz arrastando uma cadeira e se sentando ao meu lado.
- Nossa presença? - A encaro.
- Sim, mas precisamos vazar daqui na hora do intervalo, porque é um pouquinho longe, você tá de moto não tá? Pensei de irmos juntas. - Ela diz animada.
- Aí...não tô afim não Nanda, sério. - Digo abrindo minha garrafinha d'água.
- Ah não Valentina, para com isso, é sexta-feira. Vai ser uma festa legal, com bebida da boa, música maneira e gente bacana. - Ela tira a garrafinha da minha boca enquanto eu tomava a água.
- Eu não tô no clima mesmo Fernanda, minha mãe está tão tranquila nos últimos dias, não tô afim de dar motivos pra ela voltar a pegar no meu pé. - Pego a garrafa e volto a beber.
- Você tá me zoando que vai deixar de ir por causa da sua mãe né Valentina? Pelo amor de Deus.
- Eu realmente não estou afim Nanda, e eu odeio dirigir pra lugar que eu não conheço. - Vejo ela revirar os olhos, mas dou de ombros.
- Que saco, você é muito complicada Valentina. - Ela pega novamente minha garrafa e agora leva até a boca.
- Eu vou acatar como um elogio, e eu não tô acreditando que você está tomando a minha água! - Balanço a cabeça.
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VALU - SERIA ESSE O COMEÇO?
Roman d'amourQue Valentina e Luiza construíram uma família linda isso já sabemos, e que o amor e o ódio andam lado a lado também. Mas o que não sabemos é: como será que a Valentina conquistou a Luiza? Que volta foi essa que o mundo deu que as duas acabaram junt...