VALU - SERIA ESSE O COMEÇO?

Capítulo 62 - Um Simples Pedido

POV LUIZA:

Ouvir a Valentina expor o que sentia pra Catarina foi difícil até pra mim, sua voz saía embaraçada e ela tremia, não tem como não sentir sua dor nas palavras. Mas mesmo assim a megera não quis escutar a filha, eu não sei como alguém é capaz de ser tão ruim assim.

Subo as escadas correndo antes de ouvir qualquer coisa que saísse da boca daquela mulher, assim que entro no quarto vejo Valentina, ela está deitada com a barriga pra cima e com a mão na cara em um choro compulsivo, e mais uma vez meu peito rasga por vê-la assim.

- Amor...amor, amor! - Me deito por cima dela lhe dando um abraço forte, ela tira a mão da cara me abraçando de volta enquanto seu choro te tirava o fôlego.

- Ela nem se esforça pra me ouvir! - Ela diz em meio a soluços.

- Eu to muito orgulhosa de você tá? - Me levanto e sento na cama com as pernas de índio pertinho da Valentina. - Você não tem noção de como foi corajosa de expor essas coisas pra sua mãe, amor!

- E adiantou o que expor, Lu? - Ela vira a cabeça me olhando.

- Eu sei que apesar da reação dela ter sido essa, aí dentro você tá pelo menos um pouquinho mais leve! - Com o meu polegar, limpo as lágrimas que estavam em seu rosto.

- O prazer da minha mãe é me ver mal... - Ela respira fundo fechando os olhos fortes enquanto suas lágrimas rolavam. - Lu eu preciso ficar sozinha. - Seu rosto estava vermelho.

- Mas Valentina. - Nesse momento até meus olhos estavam cheios prestes a transbordar.

- Por favor, me deixa sozinha! - Ela diz ainda chorando.

- Você tem certeza? - Olho bem pra ela e Valentina balança a cabeça de um lado para o outro dizendo que não.

Rapidamente me ajeito na cama me encostando na cabeceira e puxo Valentina pro meu colo, era disso que ela estava precisando, de acolhimento e eu estava ali por ela, agora meu coração batia em suas costas enquanto eu abraçava ela forte, com meu rosto colado no dela e assim ficamos por algum tempo até ela se acalmar.

- Obrigada por ficar! - Ela diz depositando um beijo na minha mão.

- Eu vou ficar do seu lado o tempo que você precisar, Pequena! - Dou um beijo demorado no topo da sua cabeça e respiro fundo.

- Eu só consegui liberar tudo aquilo, porque você estava comigo, você me trouxe coragem!

- Amor, olha pra mim... - Valentina se vira agora ficando de frente - Você já pensou em fazer terapia? - Valentina me encara e respira fundo.

- Eu, preciso ir fazer xixi...to apertada! - Ela se levanta e sai caminhando até o banheiro.

Assim que ela volta, ela tenta desconversar, mas eu repito o que eu tinha dito.

- Eu não quero fazer terapia! - Ela responde cabisbaixa.

- Mas por que? Vai te ajudar a lidar melhor com esses conflitos com sua mãe! - Levanto seu rosto.

- Porque eu acho terapia algo assustador... - Ela rebate.

- Mas por que assustador? - Nesse momento olho pra ela confusa.

- Porque vai mexer em coisas que eu já resolvi aqui dentro, e eu não to pronta pra isso. - Eu respiro fundo e me aproximo segurando sua mão.

- Amor, eu entendo, mas se você não está pronta, é porque não resolveu, e coisas que não estão bem resolvidas voltam de uma forma muito pior e agressiva, a terapia vai justamente te ajudar a organizar as coisas ai dentro.