Capítulo 30 - Insinuações

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POV LUIZA:

O resto do dia tinha sido longo, e por mais que eu tentasse a todo momento expulsar Valentina dos meus pensamentos eu não conseguia. Era uma mistura de sentimentos que nem eu mesma estava entendendo, e isso me deixava maluca.
A Valentina era de um mundo completamente diferente do meu, somos incompatíveis, e por mais que eu sinta vontade de ficar perto dela, isso nunca daria certo.
Além do mais, ela está com a Fernanda, e por mais que eu deteste ela com todas as minhas forças, as duas até que combinam, pelo menos são do mesmo mundinho.

Olho no relógio, e ainda faltavam alguns minutos para a primeira aula, precisava esquecer da Valentina e me concentrar nas minhas anotações, pois hoje tinha a apresentação do trabalho que eu teria que apresentar sozinha. Mas é aquela velha história, quanto mais a gente reza, mais assombração aparece.

Fernanda chegou de repente, sentou-se na cadeira na minha frente, jogando suas coisas na mesa me encarando, mas eu sigo focada no meu notebook, ignorando a presença dela ali.

- Luiza, qual é a tua hein? - Ela fala em um tom superior.

- Oi? - Respondo surpresa e sem entender

- Fiquei sabendo que hoje não foi o único dia que você foi ao hospital fazer uma visitinha para Valentina. Todo mundo sabe que você odeia ela, me conta vai, o que você pretende com isso? - Ela diz debruçando o peito sobre a mesa deixando o corpo mais pra frente.

- Eu não estou entendendo Fernanda. - E eu realmente não estava, a garota senta na mesa do nada e faz essas perguntas sem sentido nenhum.

- Vou te mandar a real Luiza, você não me engana com essa sua carinha de sonsa não tá? Isso é o que? remorso? Ou você tá de olho em um estágio no escritório da mãe da Valentina? - Me espanto ao ouvir essa insinuação.

- Eu não estou acreditando que você está falando isso Fernanda. - Digo já pegando minhas coisas e me levantando.

Nesse momento Fernanda se levanta também, segurando no meu braço com uma certa força, me impedindo de andar e me fazendo com que eu olhasse em seus olhos.

- Luiza, esse seu personagem de militantizinha não me engana, e eu não vou deixar você se aproveitar da Valentina ta me ouvindo? A família dela é rica, Dona de um dos escritórios mais conceituados da cidade. E do nada você fica toda prestativa, indo visitar a Valen todo dia no hospital, fazendo até o pai dela ir te buscar na sua casa, sendo que você sempre deixou claro pra quem quisesse ver que você não a suporta. - Ela ri ironicamente e aperta um pouco mais o meu braço. - Escuta aqui, que eu vou te falar apenas uma vez. A Valentina é minha, ok? Então para com esse joguinho de ficar rodeando ela, para de se aproveitar dessa situação de vulnerabilidade que ela se encontra pra você conseguir o que quer, porque tá ridículo todo esse seu interesse.

Eu não ia ouvir aquela patricinha da comunicação me humilhar, a minha vontade era meter a mão na cara dela, mas respiro fundo soltando meu braço e a antes de sair e deixar ela falando sozinha disparei.

- Você é louca Fernanda, vai se tratar.

Saio dali com um ódio enorme daquela garota, vou direto para a sala, eu de verdade não estava afim de conversar com ninguém e nem dar palco para o pessoal babaca continuar falando de mim, apesar de saber que viraria assunto na rodinha sem noção deles e que a Fernanda ia sair por aí falando o que não sabe.

POV VALENTINA:

Eu estava sozinha com a Duda enquanto meu irmão e meu pai tinham ido pegar um café, minha mãe já tinha ido embora por conta de umas coisas que aconteceram na empresa. Duda estava histérica com a demora do Igor, afinal, já estava atrasada para a primeira aula.

VALU - SERIA ESSE O COMEÇO?Onde histórias criam vida. Descubra agora