𝘘𝘜𝘌𝘌𝘕𝘚 & 𝘒𝘐𝘕𝘎𝘚▪︎jjk + pjm

54. Traumas

⚜

O médico suspirou, com os olhos fechados e expressão cansada. Havia passado a noite em claro socorrendo seu rei. Mas sem sucessos que demonstrassem uma melhora.

Jeon ardia em febre, com suadores. E permanecia inconsciente a quase vinte e quatro horas.

- Nada doutor? - Jimin questionou. Havia passado todo o tempo com os dois alfas. A noite anterior correu para chamar o médico e o auxiliou nos tratamentos. Durante o dia a mesma coisa, e agora já havia escurecido novamente.

- Infelizmente não, ele está muito ruim majestade. - Confessou - Mas, não se preocupe tanto. Ele já esteve em estados piores. Jungkook sempre teve uma saúde frágil e adoece com facilidade. Mas tanto ele quanto seu lobo são muito fortes - o homem colocou a mão sobre seu ombro lhe oferecendo um sorriso compassivo.

- Obrigado, doutor - agradeceu, quando o senhor começou a recolher suas coisas para ir embora.

- Continue aplicando o tratamento que passei. Voltarei daqui algumas horas - explicou.

- Sim, senhor. Aguardarei até lá.

As portas do aposento real foram fechadas e só então o ômega se deixou cair na cama ao lado do marido. Estava exausto. Suas mãos doíam de ficar moendo emplastos, cortando ervas e raízes de forma meticulosamente calculada e de ficar dando voltas pelo castelo indo e voltando da sala medicinal do médico que a todo momento precisava de algo diferente. Mas ele não podia sair do lado do rei inconsciente e nenhum servo tinha o conhecimento necessário para pegar o que ele precisava.

- Você me dá trabalho até mesmo quando está semimorto - resmungou, virando o rosto na direção do alfa.

Observou sua pele pálida - mais que o normal - as olheiras profundas. Lábios arroxeados. Estava molhado de suor porque a essa altura, Jimin já havia desistido de ficar trocando suas roupas. E suas mãos, dispostas sobre o tórax tremiam minimamente a cada respiração pesada.

O platinado franziu o cenho. Tremedeira? Ele estava com isso antes?

Se sentou na cama e chegou mais perto. O cheiro de Jungkook estava mais doce que o normal. O que para ser bem sincero, um alfa ter um cheiro doce já passava longe de ser normal.

Ele colocou sua palma sobre a do moreno, sentindo o tremelicar da mesma. Seus lábios também tremiam. Conforme observava o outro com mais atenção, uma ideia foi se moldando em sua mente.

Pulou da cama, apressado correu até seu baú do outro lado do cômodo. Se ajoelhou em frente a ele procurando pelo objeto em específico em meio a tantos outros pertences. Quando tirou o grande livro encapado de couro tingido de vermelho, o folheou ali mesmo.

Estava desgastado pelo tempo. Havia sido presente de uma velha beta, uma famosa curandeira de Busan.

Chegou à página que queria. Os sintomas descritos ali, batiam com o que o alfa apresentava.

Não sabia se ficava aliviado por não ser uma nova epidemia fatal ou preocupado por desconhecer a cura.

Suspirou e fechou a enciclopédia. Se colocou de pé, apoiando as mãos sobre a penteadeira. Pelo reflexo do espelho, via o alfa deitado em sua cama alguns metros atrás.

- Abstinência, né? - essa era sua hipótese. Mas do que o corpo do marido sentia tanta falta?

Correu os olhos por suas coisas sobre a mesa. Refletindo, sobre o que o moreno poderia estar se abstendo. Claro, essa síndrome era em uma potência muito maior do que descrita no livro, então deveria ser algo que tivesse certo poder sobre o corpo do alfa.