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34. A Narrativa De Kim Taehyung

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Não ia mentir, quando deixou sua casa em Busan, o lugar em que cresceu e morou desde o seu nascimento, e seu pai, seu porto seguro. Taehyung não tinha muitas expectativas de que gostaria do novo lar.

Claro, morar no castelo real em Seul, sendo acompanhante de um dos grandes reis era uma oportunidade que não poderia deixar escapar. Era a sua chance de casar com um nobre de classe e dar orgulho a sua falecida mãe.

E sim, sendo tão próximo de Jimin, que possuía aquele gênio forte e uma personalidade indomável, mesmo que no começo receoso, o Kim foi se abrindo cada vez mais a novas pessoas e experiencias. Havia até mesmo perdido a virgindade antes de se casar! Que coisa né... Se seu pai soubesse o que ele e Jimin fizeram ainda quando jovens teria feito com que os dois se casassem. Mas isso já era assunto do passado, e ninguém além dos dois precisaria ficar sabendo.

No entanto, sua finada matriarca, possuía o desejo de que o único filho se casasse com uma mulher ou rapaz que o respeitasse, amasse e pudesse lhe fornecer uma vida digna e boa. E tanto o ômega quanto seu pai, sabiam que ele teria uma melhor oportunidade de encontrar alguém assim em uma província maior e com uma grande porcentagem de nobres e lobos da elite.

E Taehyung encontrou.

Não demorou nem uma semana para encontrar o amor da sua vida. Jung Hoseok, o soldado ruivo, com cheiro de café e uma tarde de sol.

Se viram pela primeira vez no dia do casamento dos reis. Eles dançaram até não aguentarem mais e ficaram bêbados de vinho e cerveja amanteigada, rindo igual bobos pelo salão de festas. E se encontraram novamente, na noite seguinte. Quando o Kim, preocupado com o que seria do casamento do amigo, saiu para andar pelo tão famoso "Jardim da Rainha Sandara", o qual ela ganhou de presente de seu marido em comemoração ao próprio casamento.

Ele vestia apenas a camisola branca, quase translucida de tão fina. E estava descalço. Os cabelos bagunçados escuros e ondulados bagunçados por ficar se revirando na cama com problemas que não o diziam. Mas Taehyung era assim, desde pequeno uma esponjinha que absorvia tudo a sua volta, e quando não aguentava mais, transbordava.

Com o frio ele se sentou na larga borda de mármore da fonte central do jardim, onde em ouro a rainha havia sido esculpida.

Ele esticou e fechou os dedos dos pés, apertando a grama e terra úmida entre eles. Logo atrás a água caia aos montes, respingando e fazendo barulho. Como uma pequena cachoeira.

O moreno se abraçou, quando a brisa gelada o atingiu. De si, um espirro alto escapou logo em seguida.

- Seu espirro é deveras espantoso - uma voz rouca veio da escuridão a sua frente.

O kim no entanto não se assustou, apenas estreitou os olhos na direção do som, seus olhos lupinos capitando uma silhueta e o movimento marcante dos passos pesados. Enquanto seu olfato processava o cheiro conhecido dos feromônios do alfa que caminhava até si.

- Vou fazer o que se minhas necessidades básicas não o agradam? - o ômega deu de ombros.

- Nunca disse que qualquer ato seu me desagrada - o ruivo terminou de se aproximar, se ajoelhou diante do outro rapaz, e segurando sua mão direta suavemente a trouxe ate seus lábios e deu um leve selar no local - olá, Lindo...

O moreno sorriu quando um arrepio passou por seu corpo. Não era próximo o bastante de Hoseok para usarem apelidos um com o outro. Mas a forma como foi chamado agradou ele e seu lobo. Não o repreenderia por deixar as cortesias de lado.

- O que está fazendo aqui? - questionou ao soldado.

- Eu que pergunto - se sentou ao lado do mais novo - Estou fazendo a ronda, mas e você?