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70. Afrodisíaco

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Félix havia passado a noite rondando os estábulos reais. Já havia deixado um cavalo selado e preparado com tudo que pudesse precisar, de mantimentos a armas. Não sabia quanto tempo ficariam fora e que métodos precisaria usar para conseguir as informações requeridas. Ele havia deduzido de que Suk sairia cedo, para chamar menos atenção. Mas não imaginou que fosse tanto. O sol ainda raiava no horizonte e o território ao entorno do palácio estava cercado pela nevoa matinal quando o ex rei adentrou o galpão acompanhado de um soldado alto e robusto o pegando desprevenido enquanto afiava uma de suas adagas, sentado sobre uma pilha de feno.

O ômega reconheceu o general, e ficou apreensivo pois não esperava que Suk fosse ter companhia. Seu trabalho de segui-lo de forma sorrateira tinha ficado ainda mais difícil e ele já estava planejando uma nova abordagem quando uma voz imponente cortou o silencio do local.

- Você, Soldado! – o corpo do ruivo de retesou quando o general apontou em sua direção. – Prepare nossos cavalos para uma viagem até a cidade vizinha – ordenou.

- Sim senhor – ele respondeu de imediato. Havia conseguido surrupiar roupas de guarda dos aposentos dos servos. Estavam usadas, mas não sujas. O que era bom, pois o cheiro de alfa encobria o aroma doce de seus feromônios e ele conseguia manter sua classe em sigilo.

Rapidamente, ele selou dois dos inúmeros animais que eram alojados ali. Entregou as rédeas do puro sangue acinzentado ao rei que sorriu satisfeito pelo trabalho ágil e bem-feito. E o outro animal, de pelagem castanha e focinho branco, entregou ao general Hwang que o observava da cabeça aos pés, analisando cada movimento seu.

- Onde está o seu cavalo? – questionou arqueando as sobrancelhas.

- O meu? – sorrindo nervoso o Lee observou os dois homens. O plano inicial era de segui-los em segredo.

- Sim – os olhos do alfa mais alto se estreitaram e sua voz ficou ríspida – Não era para isto que você estava esperando aqui? Fazer a escolta de Vossa Excelência Jeon Suk? – ele inclinou a cabeça e arregalou os olhos em um gesto indicativo e o ômega finalmente entendeu.

Pelo visto, Seok-jin havia mexido alguns de seus pauzinhos.

- Ah, sim – concordou sem graça – Sinto muito. Só um momento.

Ele então correu até a baia onde seu cavalo estava guardado e puxou o animal para fora do estabulo indo junto aos dois alfas que o aguardavam. Não estava crendo que ia ser tão fácil.

- Ande logo moleque! – Suk rosnou – Está fazendo eu perder meu tempo! – ele queria chegar a cidade no horário do almoço, pois a loja que iria era vazia no meio do dia, então a chance de trombar com alguém indesejado era menor também.

- Desculpe – Félix apressou os passos e então quando junto aos outro dois que já haviam montado em seus animais ele fez o mesmo.

- O senhor primeiro, excelência – com um gesto do braço estendido, Hwang indicou que Suk seguisse em frente rumo aos portões. – Iremos logo atrás, vou trocar uma palavra com meu subordinado sobre sua guarda até a cidade. E quando do lado de fora dos muros, assumiremos nossas devidas posições.

- Está certo – o mais velho sorriu, cutucando a barriga do puro sangue com seu calcanhar o fazendo se mover – Você nunca me decepciona, general Hwang. Sempre exemplar – elogiou ao virar as rédeas e tomar o caminho para a saída do castelo.

Quando ele estava a alguns metros, Hyunjin e Félix o seguiram a distância para que sua conversa não fosse escutada.

- Jeong-in me contou o que estão fazendo – o alfa começou de imediato, em um sussurro. – Estou deixando que vá conosco, mas se Suk sequer suspeitar, não vou poder te defender – olhou para o ômega de forma ríspida.