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Na manhã seguinte assim que acordou Jungkook permaneceu deitado, encarando o dossel azul marinho acima da cama. O quarto estava escuro, mas um feixe de luz entrava pelas cortinas entreabertas que cobriam as janelas.
Ficou pensativo, processando o que lhe ocorrera ontem. Havia sido feito de empregado – literalmente – e fora humilhado por ômegas sádicos e por uma serva alfa. Se sentia frustrado, mas não apenas isso. Sentia raiva e nojo, de si mesmo por ter deixado que algo assim acontecesse. Era orgulhoso demais para voltar com o pé atrás para com a aposta que fizera com Jimin, e foi fraco demais para se defender de uma mera empregada.
Na verdade, não foi sua força que determinou que ele ficaria de cara no chão e com uma sola de sapato marcando sua face, e sim o seu medo. Ele odiava admitir, mas alguns fantasmas do passado ainda o assombravam profundamente.
Alguns o tornavam uma pessoa forte, imponente o davam a devida autoestima. O faziam saber a qual lugar ele pertencia. Já outros, no entanto, só vinham para colocá-lo em um estado absurdo de pânico. Não sabia quando cada um atacaria, não sabia quem seria a cada manhã ao acordar.
Não sabia se seria um rei, o alfa que seu pai o criou para ser, não sabia se seria a criança sozinha e medrosa ou se voltaria a incorporar o garotinho que um dia a muito tempo já foi. Esse último, parecia ser o mais difícil de se ver.
No geral, a muitos anos conseguia se manter controlado. Mas, por algum motivo, desde que conheceu Jimin, seu humor tem mudado mais do que uma mulher em seu período de histeria ou um ômega próximo a dar à luz.
Aquele rapaz mexeu com si desde o primeiro momento. Foi como se um tornado o atingisse assim que o ômega passou por ele no castelo em Busan. Com seu cheiro doce e olhos encantadores. Park Jimin era lindo demais, no entanto, nenhuma aparência poderia suprir sua falta de bons modos, senso e classe.
O alfa torceu o nariz voltando a si e se lembrando do porquê estava naquela situação. Engando por um rabo de saia. Nunca achou que ficaria em apuros por conta de uma coisa dessas. Estava humilhado, de mãos atadas e com um par de gaias na cabeça. No final das contas, ômegas bonitos só serviam para botar chifre.
Jeon suspirou e se levantou, jogando as cobertas para o lado e só então reparando que estava limpo e sem as roupas. Se lembrava levemente do ocorrido após a confusão na cozinha. Jimin chegou e o levou para o quarto, lembrava do ômega o despindo, mas não de limpá-lo. Talvez tivesse chamado um empregado para que o fizesse.
Não importava, não queria mais saber dele, já fora o tempo em que o feitiço do platinado ainda cobri seus olhos como uma nevoa. No entanto, não poderia deixar de vê-lo.
O moreno puxou a corda que ficava pendurada ao lado da cama, e que fazia um sininho tocar na cozinha. Não demoraria para que um empregado viesse atendê-lo e ele esperava que dessa vez Jimin não viesse junto.
Quando o servo adentrou o cômodo o alfa o observou da cabeça aos pés arqueando a sobrancelha e pendendo a cabeça, não sabia seu nome. Mas só de não ser Félix ou o próprio marido já o deixava satisfeito.
- Majestade, bom dia – o criado parou diante de si e fez uma curta reverencia ignorando sua nudez.
- Prepare-me um banho – ordenou se sentando na cama de forma largada – E separe uma vestimenta. Quero algo escuro e casual. Ah! E um sobretudo vinho. Gosto dessa cor – explicou vendo o servo assentir, mas o olhar de uma forma quase preocupada com o canto dos olhos.
O rei franziu o cenho e cruzou os braços. Essa sensação suspeita mais uma vez. Deveria se arrumar o mais rápido o possível tomar o desjejum, pegar seus cavalos os cães e ir caçar com alguns dos guardas. Assim não cairia em qualquer que fosse o plano de seu marido maligno dessa vez.
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𝘘𝘜𝘌𝘌𝘕𝘚 & 𝘒𝘐𝘕𝘎𝘚▪︎jjk + pjm
FanfictionJeon Jungkook, um alfa lúpus e príncipe herdeiro de Seul. Criado desde o seu nascimento com os ensinamentos do pai que diziam claramente: "Um alfa tem o mundo na palma de sua mão. Os ômegas são fracos, e não devem nada a nós além de sua submissão". ...