01. Um Alfa Nasce Para Governar

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Era uma madrugada fria de inverno. A neve era vista caindo do lado de fora da janela do quarto em que a rainha se mantinha aquecida, sentada em sua poltrona de frente para a lareira.

A bela ômega mantinha a cabeça baixa, enquanto bordava com linha vermelha pequenas rosas em uma espessa manta. Esta que seria usada para manter seu futuro bebê bem aquecido. Já que o nascimento do mesmo estava previsto para os próximos dias, e ele ou ela, iria nascer na estação fria do ano.

A mulher suspirou, colocando uma mecha de seus escuros e longos cabelos atrás da orelha. Lançando um olhar discreto para seu alfa, o Rei. Como sempre, ele estava sentado em sua mesa de trabalho, concentrado em uma pilha de papéis. Não pronunciava uma palavra, apenas os rosnados de frustação com o trabalho excessivo. Ele nem mesmo olhava para a esposa.

Podia ser pior, Sandara pensou.
Alisando sua grande barriga de nove meses. Pelo menos ele faz questão de ficar por perto para quando eu precisar.

A ômega sorriu. Eles tinham certeza que o pequeno serzinho que crescia em seu ventre era um alfa, o cheiro não mentia, era extremamente forte. Ambos chegavam até a suspeitar que se tratava de um lúpus. Mas quanto ao sexo, não podiam afirmar nada. O rei queria que fosse um menino. Agora a rainha, bom, para ela isso não importava, iria amar seu bebê com todo o amor que uma mãe tem a oferecer.

Sandara parou de acariciar a barriga e já estendia as mãos para pegar o bastidor e a agulha de bordado que havia colocado de lado, quando uma pontada aguada em seu ventre a interrompeu. A mulher cerrou o maxilar e gemeu com a dor.

- Querida - a voz profunda e preocupada do alfa foi ouvida quando ele sentiu a dor da parceira pela marca - Você está bem?

- Não - ela negou movendo a cabeça para os lados - Está doendo muito, acho que a bolsa estourou.

- Venha aqui - o homem em um piscar de olhos já estava ao seu lado ajudando-a a se levantar. E quando a mulher o fez, sentiu o liquido quente escorrer por entre as penas.

Em passos lentos a morena foi guiada pelo marido até a porta da sala em que estavam, e assim que saíram o alfa gritou para que os guardas no corredor chamassem a parteira. Ele então levou a pequena ômega aos aposentos reais, a colocando deitada sobre a cama do casal.

- Você vai conseguir querida - o homem segurou a delicada e macia mão entre as suas - Você nasceu para fazer isso.

- E eu irei cumprir com meu dever, alfa - Sandara respondeu, fazendo um esforço para sorrir mesmo com a dor que a assolava.

Suk também sorriu. Ele não poderia ter encontrado outro ômega melhor do que a sua. Com beleza deslumbrante, delicada como uma flor. E acima de tudo, sabia agradar seu marido.

Em poucos minutos o quarto foi tomado por outros ômegas. De empregados a parteiros. Todos ali, dispostos a ajudar a rainha. O único alfa no cômodo - mesmo sendo o rei - foi expulso. Pois de acordo com a parteira chefe, sua presença iria atrapalhar a movimentação. O homem não ficou nada contente de ter que seguir as ordens dadas por uma ômega, ainda mais uma de classe tão baixa. Mas era sua esposa e seu futuro herdeiro que estavam em jogo. Então mesmo com a infelicidade estampada nas feições ele saiu do local e fechou a porta atrás de si.

Iria voltar para o escritório, quando o parto terminasse, o chamariam. Porém o alfa não teve chance de se afastar da porta nem alguns poucos metros antes de cair no chão de joelhos. Se dobrando ao meio ao sentir a dor em seu abdômen e costas. Rosnando e amaldiçoando a marca que criava o vínculo entre ele e a mulher dentro do quarto. Não era trabalho seu sentir essas dores afinal de contas.

𝘘𝘜𝘌𝘌𝘕𝘚 & 𝘒𝘐𝘕𝘎𝘚▪︎jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora