-Sua desmiolada! - Giovanni gritou assim que atendeu o telefone - Custava ter avisado antes?
-Giovanni - Andrômeda suspirou - Você queria que eu avisasse como? - perguntou retoricamente - Oi, irmão, estou indo para Luxembugo porque meu tumor evoluiu e vou realizar o procedimento de eutanásia.
-Eu não sei - Giovanni respondeu e suspirou - Quanto tempo?
-Duas semanas - Andrômeda respondeu.
-Mas, é certeza?
-Não - a ruiva respondeu - Eu ainda não sei... Quando eu vim para cá, eu estava decidida, agora, parece que alguma voz na minha cabeça diz que eu não posso fazer isso - ela ouviu Giovanni rir.
-Isso se chama amor - ele respondeu.
-O que? - Andrômeda perguntou confusa.
-Acha que Salvatore não me contou de você e daquele rapaz... Como ele se chama mesmo? Bucky?
-A parte do "rapaz" não faz muito sentido, ele tem mais que o dobro da sua idade - Andrômeda respondeu.
-Faz sentido - Giovanni ponderou - Enfim, você nunca se importou com as opinões de nenhum de nós, sempre nos deixando falar e fazendo o que queria no final, mas, é a primeira vez que eu te vejo hesitar em alguma coisa... Coisa essa que você está pesquisando desde que descobriu o tumor, e agora, você está hesitando.
-Como tem tanta certeza de que é amor? - ela perguntou.
-Porque foi assim com Viktor - Giovanni respondeu - Eu o conheci quando você sumiu no blip, e tudo em casa estava um caos, também, pudera, você virou poeira no meio do jantar de aniversário do papai. Duas semanas depois, mamãe insistiu que eu fosse para um daqueles grupos de apoio loucos de sobreviventes, e encontrei Viktor lá, que tinha perdido a mãe. Nos aproximamos e acabou evoluindo para algo maior, e agora, estamos casados a dois anos.
-Você nunca me contou essa história - Andrômeda comentou - Por que agora?
-Para você entender que duas pessoas quebradas conseguem se concertar - Giovanni respondeu - Pelo que Salvatore falou, foi o que você fez com Bucky, após ouvir do próprio. Você precisa deixar que ele faça o mesmo por você, nem que por duas semanas - Giovanni suspirou - Pense nisso, Bubble. E manda o endereço do raio da clínica - acrescentou - Tchau, irmãzinha.
-Tchau, irmãozão - ela respondeu e desligou.
Antes mesmo que pudesse procurar o próximo número, Romeu ligou. Ela respirou fundo, lembrando-se de colocar no viva voz antes de atender.
-EU VOU MATAR VOCÊ! - Romeu gritou assim que a ligação foi atendida - E ENTÃO EU VOU REVIVER VOCÊ, PRA TE MATAR DE NOVO LOGO EM SEGUIDA - ela riu levemente, ouvindo-o respirar fundo - Custava avisar, criatura? Eu estou na Bélgica.
-Com a Diana e a Estella, não iria te incomodar - Andrômeda respondeu.
-Mas pelo menos eu mandava o Salvatore, não aguento mais ele - Romeu respondeu - Ele tem que tirar mais férias picadas pra não tirar tudo de uma vez e ficar nos amolando por três meses.
-Eu estou bem do seu lado, babaca - Ela ouviu Salvatore retrucando, o som de um soco, e um guincho de dor - Como você está, baixinha?
-Morrendo - Andrômeda respondeu.
-Isso a gente já sabe - Salvatore respondeu.
-Queremos saber como está a sua cabecinha - Romeu respondeu - A mãe já avisou - acrescentou.
-Eu estou bem... Eu acho - ela ponderou - Conversei com Giovanni - acrescentou.
-Grazie Dio! - Romeu exclamou - Conversou com o melhor de nós.
-Falando nisso, estou sabendo que deu com a língua nos dentes, viu Salvatore? - ela perguntou, e ouviu o irmão rir.
-Pra todo mundo - Romeu acrescentou - Salvatore é um fofoqueiro de primeira.
-Você me respeita - Salvatore reclamou e Romeu guinchou novamente de dor.
-Enfim, Bubble, pensa com carinho e conversa com ele - Romeu respondeu - Se não formos ter um cunhado, que pelo menos não seja a história de Romeu e Julieta.
-Você esperou 22 anos pra fazer essa piada - Andrômeda tentou brincar, mas suas lágrimas começaram a escorrer novamente.
-Eu sabia que esse momento chegaria - Romeu respondeu - E não chora, Andy, porque nenhum de nós está aí pra te dar um abraço.
-Eu amo vocês.
-Nós também te amamos - Salvatore respondeu - Mas, ainda vamos nos ver antes de você decidir se vai ou não pra cidade do pé junto, então, sem despedidas antes da hora.
-Pode deixar - ela prometeu e se despediu dos irmãos.
O telefone de seu pai caiu na caixa postal quando tentou ligar, e logo deduziu que provavelmente ele estava viajando com a banda.
Ela se levantou da cama e foi até o telefone do quarto, pedindo seu jantar. Após terminar, viu seu celular tocando, e o nome e a foto de Bucky piscando no visor. Ela pensou em ignorar a ligação, igual tinha feito das outras vezes, mas lembrou-se das palavras de Marjorie.
Ela respirou fundo, caminhando até a cama e pegando o aparelho. Abriu a janela do quarto, e foi até a sacada, antes de atender.
-Alô?
-Andrômeda? - ela fechou os olhos ao ouvir a voz aflita de Bucky - Graças a Deus. Por favor, me diga onde você está?
-Eu... Estou em Luxemburgo - ela respondeu.
-Tudo bem - Bucky suspirou - Eu e Sam estamos chegando, e não venha me dizer que me atendeu para se despedir de mim, porque seja lá o que você for fazer, vamos conversar antes.
-Bucky... - Andrômeda começou, mas ele a interrompeu.
-Princesa, por favor - ela hesitou ao ouví-lo implorar - Por favor, nos espere chegar... Você me prometeu dois meses, eu ainda tenho três semanas... Nós temos que terminar a sua lista de sonhos - ela cobriu a boca, tentando segurar um soluço - Boneca - ele a chamou com a voz embargada - Só... Nos espere chegar - implorou novamente, e Andrômeda soluçou de novo - Andrômeda? Andrômeda, você está aí?
Ela tirou o celular da orelha e desligou, sentando-se no chão e abraçando seu joelhos.
Céus, seria difícil.
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Queria eu ter ter irmãos como esses *-*
Capítulo cheio de drama e chororô, mas será importante para a história.
Mais alguém acha que nossa ruiva está mudando de ideia?
Volto em breve!
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Quelli Come Me
RomanceBucky Barnes ainda está se acostumando com a vida no novo século, e além disso precisa lidar com a recusa de Sam em usar o escudo, a presença constante e irritante de John Walker, toda a confusão com os Apátridas e com quando o governo decidindo tir...