-Srta. Christensen - Andrômeda ouviu a recepcionista falando assim que atendeu o telefone do quarto - O Sr.Barnes e o Sr. Wilson estão aqui na recepção - avisou e Andrômeda suspirou.
-Pode mandar subir - ela respondeu - Obrigada! - agradeceu, antes de desligar, e fez uma careta ao ver o tempo começando a fechar.
Odiava tempestades.
-Sua garotinha sem coração - Sam invadiu o quarto dela como um furacão - Nem um recado. Nem um bilhete. Nem um sinal de fumaça.
-Você veio até aqui pra me dar bronca? - Andrômeda retrucou - Fizesse isso por ligação.
-Na real, a gente veio aqui pra te impedir de se jogar de cima de um castelo - Sam respondeu e Andrômeda cruzou os braços.
-Eu não iria me jogar de um castelo - ela se defendeu - Eu iria tomar uma injeção de pentobarbital.
-Sem termos técnicos agora - Sam retrucou - Eu vou tomar um banho, e vocês dois vão conversar - apontou ela e Bucky, que até agora estava calado - Até logo, crianças - disse pegando sua mochila e entrando no banheiro.
-Não quero ouvir sermão - Andrômeda avisou, deitando-se na cama de novo.
-Não iria te dar sermão - Bucky deu de ombros - Independente do que eu falar pra você, ainda vai fazer o que quiser no final - se sentou na beirada da cama - Por que não contou?
-Porque imaginei que teriam a mesma reação - ela respondeu - Eu pagar para me matarem pode ser algo muito irreal para algumas pessoas.
-Muitas coisas são irreais para algumas pessoas - ele respondeu, pensativo - Eu...Não vim para te convencer a não fazer isso, eu só... - pressionou os dedos na ponta do nariz - Não queria que estivesse sozinha - ele segurou a mão dela com a mão humana - Quanto tempo? - ele perguntou.
-Duas semanas - Andrômeda respondeu, vendo-o entrelaçar seus dedos e suspirar.
-Ok - ele soprou e ela franziu o cenho.
-Ok? - perguntou confusa.
-Ok - ele afirmou - Eu... Não acho justo eu tentar te impedir, mesmo que eu não concorde - a encarou - Pelo que eu pude ler do seus artigos, ele só aceitam realizar o procedimento em pessoas que estão em intenso sofrimento físico e/ou mental - parafraseou uma das frases mais comuns nos artigos referentes ao procedimento - Não é justo para ninguém viver sofrendo.
-Eu agradeço por me entender Bucky - ela apertou a mão dele - Mesmo que não aceite - Bucky abriu a boca para responder, mas Sam saiu do banheiro.
-Cara, como é bom tomar banho - ele resmungou.
-E onde vocês vão dormir? - Andrômeda perguntou.
-Aqui - Sam respondeu e a ruiva abriu a boca, atônita - Você dorme encolhida igual um bebê canguru, então, eu durmo no sofá e Bucky na cama com você.
-Bebê baleia e bebê canguru, vamos ver onde vamos terminar - ela resmungou - Tá, se resolvam aí, eu vou dormir - ela avisou, deitando-se e cobrindo-se com o cobertor, e conseguiu ouvi-los começar uma discussão, mas sem entender realmente o que diziam.
Os próximos dias foram regados por Andrômeda, revezando-se em fazer tudo o que queria e depois, passando pelas próximas fases junto a Dra. Marjorie.
E então, chegou o dia. Sua família havia chegado na noite anterior, e haviam passado as últimas horas juntas, antes de irem para a clínica.
Andrômeda trocou de roupa, vestindo uma calça de moletom, uma regata e uma blusa de moletom que havia pegado de Matteo, para que ficasse confortável.
Todos entraram na sala para se despedirem dela, e o último foi Bucky. Quando ele entrou, a viu escorada na parede, encarando a janela.
-Oi - ela cantarolou assim que ouviu a porta fechando.
-Oi - ele respondeu, colocando as mãos no bolso da calça.
-Me conte uma coisa boa - ela pediu, se afastando da janela e sentando-se na cama, que estranhamente era extremamente confortável.
-O Capitão América não morreu na batalha contra Thanos - ele confessou e os olhos dela piscaram surpresos.
-Tá, isso realmente é uma surpresa - ela comentou.
-Pois é - ele concordou - Ele voltou para devolver as jóias do infinito, mas decidiu ficar no passado, com a mulher que amava.
-E então?
-E então, ele está vivo com 104 anos vivendo no Texas - Bucky comentou.
-Isso é uma coisa que eu gostaria de ver - ela comentou e suspirou, antes de levar a mão ao pescoço, tirando as plaquetas de identificação dele, e lhe estendendo - Acho justo te devolver, elas não terão mais a função que você deu a elas - Bucky as pegou hesitante, e as colocou no próprio pescoço.
-Vou sentir sua falta, Andrômeda - ele afirmou, e ela sentiu os olhos marejarem ao ver os dele encherem de água.
-Eu pedir pra você esquecer vai ser difícil, mas, acho que posso pedir pra seguir em frente - ela se levantou, se aproximando dele - Biologicamente, você tem 106 anos, mas aparentemente tem pelo menos mais uns 40 anos de vida se não fizer nenhuma besteira - ela abriu os braços - Mereço um último abraço? - ela perguntou e ele riu, assentindo.
Ele a abraçou, apertando-a em seus braços, e ficou com medo de não conseguir soltá-la mais. Seu coração recusava-se a aceitar o que aconteceria dali a alguns minutos, mas, seu cérebro refutava, dizendo que aquilo era melhor pra ela.
-Eu amo você - ele sussurrou no ouvido dela e a ouviu arfar surpresa.
Ele levou a mão à bochecha dela, puxando seu rosto em sua direção ao dele, a beijando. Andrômeda correspondeu, envolvendo os braços ao redor do pescoço dele, o apertando contra si.
Quando o ar faltou, se encararam em silêncio, e Marjorie entrou no quarto.
-Está na hora - anunciou e o casal se separou - Tem certeza que quer ficar sozinha? - perguntou, vendo que Bucky ainda segurava a mão dela.
-Tenho - Andrômeda limpou uma lágrima que escorreu - Adeus, James - ela sorriu fracamente.
-Adeus, Andrômeda - Bucky respondeu, soltou a mão de Andrômeda e saiu do quarto sem olhar para trás, não querendo que ela o visse chorar.
Andrômeda respirou fundo, e deitou-se na cama. Marjorie procurou sua veia com calma, para não errar, e preparou a seringa com o pentobarbital, enquanto a ruiva observava tudo em silêncio.
Marjorie desinfetou o local e se preparou para aplicar a injeção.
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Eu sou má, né?
Mas, sem me xingar! Motivo: hoje é meu aniversário, podem me xingar amanhã *-*
Enfim, o próximo capítulo está apenas rascunhado, então não garanto que saia hoje, então talvez vocês vão ficar no suspense até amanhã a noite
Não esqueçam de deixar a estrelinha e o feedback de vocês
Volto em breve!
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Quelli Come Me
RomanceBucky Barnes ainda está se acostumando com a vida no novo século, e além disso precisa lidar com a recusa de Sam em usar o escudo, a presença constante e irritante de John Walker, toda a confusão com os Apátridas e com quando o governo decidindo tir...