Três

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Atlas Ferraz

Fazem dois dias que meus pais saíram pra viajar e me deixaram sozinho, deixando somente o cartão para eu comprar o que comer.

Terminei de fazer dois dos resumos, cada um com muitas páginas.

A campainha da minha casa tocou, meus pais falou que não era pra atender ninguém.

xxx: É eu Atlas o Bê — desci correndo pra abrir o portão pra ele.

— Você veio. — abro o portão pra ele, vendo minhas mãos doerem de escrever. — Entra!

Benício: Eu tô sujo sua mãe não gosta que eu entre, tava no farol aqui pertinho — ele tava com umas 5 águas no isopor.

— Eu tô sozinho, entra. — puxo ele. — Quer tomar banho? Eu te dou uma roupa, tem várias que não servem em mim que vai te servir e eu quero as águas Bê.

Benício: Suas roupas é mó legal eu quero — ele entrou na minha casa — você tá sozinho nessa casa grande? você não tem medo ? lá em casa tem gente pra caramba — ele deu risada.

— Minha mãe não deixa ter funcionários, só quando ela tá em casa. — subo as escadas com ele. — Eu tenho medo mais deixo tudo trancado.

Benício: Quer ficar lá em casa? a gente brinca e tem o futebol no campinho os meninos é mó legal — ele entrou no meu quarto sentando no chão.

— Porquê você tá no chão? — olho ele olhar pra minha mesa de estudos cheio de papel. — pode sentar aonde você quiser, vou pegar as roupas pra você.

Eu odeio minhas roupas, todas elas são camisas brancas sociais e calças, até as bermudas são sociais e as que eu ganho que não são meus pais jogam fora.

Benício: Eu tô sujo quer ficar lá em casa? vamos minha mãe é legal — ele falou olhando os carrinhos da minha parede — que carrinho legal vamo brincar...

— Tem vários ali no baú igual a esses, pode pegar todos que você quiser. — falo do guarda roupa. — Eu não me importo de você estar sujo, será que sua mãe vai gostar de mim? — pego várias roupas que minha mãe jogaria fora que eu nem usei, e levo pra cama.

Benício: vamo levar no isopor os carrinhos ai da pra gente brincar com os meninos lá da rua, minha mãe é mó legal — ele gesticulou com a mão — ela vende bolo eu peço pra ela deixar a gente comer o resto, é mó bom.

Concordo com a cabeça, vendo ele pegar só três carrinhos sendo que tinham muitos que eu nem brincava.

— Pode pegar todos. — falo vendo ele com vergonha. — Tem mais aqui. — abro o armário. — Ao invés de levar iguais, mistura com esses.

A gente pegou um monte de carrinho colocamos no isopor e na mochila as roupas que dei pra ele.

A mãe dele era mó legal a gente tava aqui na casa dele e todo mundo gostou de mim.

Ligados Pelo Destino [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora