Vinte e sete

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Marjorie 💎

📍 Paraisópolis — São Paulo.

Foram 22 anos para eu encontrar meu filho, e estou a um passo para perde-lo.

O Denis e a Andreia mexiam com coisas grandes e meu maior receio hoje era eles terem colocado o Luan nisso.

Quando tudo aconteceu 22 anos atrás a Andreia me falou com todas as letras, que ela estava chamando as meninas de Paraisópolis e as mandavam para o Uruguai e Bélgica, mas que ela não sabia muito bem pois a parte dela era só selecionar as meninas, por que os homens pagavam tudo que fosse para ter uma mulher brasileira preta, quadril largo e seios medianos, só de pensar já me dá náusea.

Esse foi um dos motivos do Leandro pedir ao Denis sair do morro.

O Atlas havia tido parada cardíaca, o que me faz me desesperar absurdamente, o Leandro nem aqui estava, cada dia mais eu me decepcionava com ele, o Benício e a Akira não saíram daqui.

A enfermeira me disse que conseguiram normalizar o que me tranquilizou um pouco, mas eu queria vê-lo, toca-lo, e avisá-lo que pra aquela casa ele não volta nunca mais.

Médica: Pode ir vê-lo, mãezinha. — ela suspirou cansada.

Sorri preocupada seguindo-a para o quarto que ele estava, meu menino de branquinho estava com o peito todo roxo.

— Luan? — alisei o rosto dele com cuidado.

Atlas: Não toca em mim, eu não peguei o papel eu juro que não foi eu. — ele falou desesperado, se debatendo.

Senti meus olhos se encher de lágrima.

— Luan filho sou eu a Marjorie, se acalma, você não pegou nada — falei tentando acalma-lo.

Olho ele começar a ficar sem ar, coloco a máscara nele vendo ele se acalmar aos poucos, abrindo os olhos devagar.

— Sou eu meu amor, a sua mãe de verdade, tá me ouvindo aperta minha mão — falei pertinho do ouvido dele.

Sinto o aperto fraco na minha mão, momento algum ele soltando ela.

— Filho me ouve, você não volta pra aquela casa nunca mais, tá me ouvindo? — alisei a mão dele que tinha sido furada.

A respiração dele deu uma acelerada, dando certeza que ele estava ouvindo.

— Eu estou aqui e não vou sair daqui nenhum momento, nenhum momento, eu te amo filho e vou cuidar de você pra sempre — beijei a mão dele.

Atlas: e..eu te amo. — ele falou com dificuldade.

Sorri com as lágrimas descendo no meu rosto, ele me amava meu filho me amava.

— Eu e você pra sempre pra sempre — falei fungando com as lágrimas.

Ele apertou minha mão novamente e a médica entrou, me fazendo ver a insulina em sua mão.

Ela explicou que ele estava em choque de acordo com a situação que ele havia vivo, contamos que tinha sido um assalto, mas agora estava estável.

Ao passar das horas a falta de preocupação do Leandro me fazia ter ódio dele, cadê o Leandro que eu me apaixonei por ser carinhoso? Não existe mais, morreu quando se tornou chefe.

Ligados Pelo Destino [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora