Dezoito

875 83 2
                                        

Atlas Ferraz 🎓

📍 Alphaville, São Paulo — 9h

Uma semana se passou desde que eu descobri que não era filho dos meus pais e descobri também a diabetes que me faziam ter que levar a insulina para todo local que eu fosse, desde que comi quatro potes de doce.

Meus " pais " foram viajar e hoje eu não trabalho, por conta da saúde mesmo.

Fazia uma semana que não falava com a Akira e eu tava com vontade de vê-la, mandei mensagem para ela.

Whatsapp Akira
— Fugitiva?
Akira: Fala playboyzinho
— Quer sair comigo hoje?
Akira: Pior que hoje nem dá, tô trabalhando.
Tá querendo comer podrão de novo né? Tô ligada que tá kk
— Na verdade, ele me deu alergia.
Outro dia marcamos algo então.
Akira: Melhoras ai playba
De boa.

Olho chegar mensagem do Benício que está sumido e entro na conversa.

Whatsapp Benício Irmão
Benício: Vai sair do serviço que horas irmão?
Eu: Não trabalhei hoje.
Benício: Tá zuado ?
Eu: Atestado ainda.
Trabalho só 3 horas por dia e folgo fim de semana.
Benício: Nem vou ai se não se tá ligado né.
Eu: Está de folga?
Benício: Sou filho de Deus também, estou.
Eu: Vou descer aí, me espera na entrada.
Benício: Beleza só avisa quando chegar.
Eu: Vou descer já.

Desligo o celular, pegando a carteira e a chave de casa, tranco a porta e o portão, descendo andando mesmo.

Uns 20 minutos depois cheguei na entrada de Paraisópolis e avisei o Benício que já vinha rindo.

Benício: Tô sabendo que você tá chegando só pelas meninas da favela — ele falou rindo, me cumprimentando .

— Nem entrei ainda. — dou risada negando.

Benício : O rostinho bonito do garoto faz sucesso, bora subir — começamos a caminhar na entrada — Nem liga que hoje estamos com negócio chegando e tá todo mundo a postos — ele falou dos negócios que ele fazia.

— Fica tranquilo. — olho ao redor, cheio de gente armada.

Benício: O que você teve irmão? — fui pra calçada tava lotado de gente armada.

— Tenho diabete. — mostro a insulina. — E alergia tudo junto, com o refluxo.

Benício: Diabete? você nem come doce — ele negou — E ae matadora — ele falou com uma moça que estava de costas.

— Fala isso pra minha mãe, que me fez comer quatro pote grande de doce de leite. — murmuro sentindo ânsia só de lembrar.

Paro com o Benício vendo a moça virar.

xxx: Otário nem fala comigo, tô aqui por que o LD te deu folga no dia fudido desse — ela tava segurando uma arma muito grande nas costas, provavelmente fuzil, era virou rápido e era a Akira.

Olho nos olhos dela lembrando que ela disse que trabalhava em uma empresa ou algo assim.

Ela ficou me olhando com a expressão fechada.

Akira: Passa logo BN — ela falou sem tirar os olhos de mim.

Benício: Tá estressada em matadora, vou tirar até meu parceiro daqui, esse é meu irmão — ela balançou a cabeça pra mim séria, toda diferente.

Nego com a cabeça, passando reto.

Olho para frente, vendo que havia acabado a bateria do meu celular.

Benício: A matadora ficou te olhando, essa mata até a mosca tá louco — ele parou no portão da casa dele.

— Que horário que é Benício ? — olho para ele.

Benício: Entra ae tá bagunça por que sou eu se sabe, agora é 11:00 certinho — ele se jogou no sofá.

— Tenho que injetar a insulina, mas não estou achando. — passo as mãos no bolso.

Benício: Você não trouxe? quer que eu vá comprar? — ele levantou me olhando.

— Acho que deixei cair Benício. — falo assustado.

Benício: Vende em farmácia? Eu vou atrás mano, eu não tenho ninguém aqui — ele passou a mão na cabeça — Vou chamar a tia margô ela deve ajudar.

Ele falou mexendo no celular me olhando.

Mexo os pés, sentindo o café da manhã voltar.

Benício: Caralho você tá suando muito — ele ligou o ventilador da sala.

Encostei no sofá sentindo minha vista escurecer.

Ligados Pelo Destino [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora