Trinta e nove

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Akira ♟️

📍 Paraisópolis — São Paulo.

4 meses que a Akira aqui estava comprometida e essa era a única parte em paz da minha vida, tinha continuado procurando algumas informações do Denis, descobri que esse desgraçado continua aliciando mulheres, porém não mais daqui do morro, lá da zona leste, e agora pegando menina nova, a última foi da Cidade Tiradentes.

Ela tinha recebido uma proposta de emprego e nunca mais apareceu, fui até a mãe dela e a senhorinha não tinha nenhuma informação, desgraçado.

— Ele continua traficando mulheres, a última foi lá da leste — Joguei os papéis na mesa do LD que agora só andava grudado com esse merdinha do Luan Jr.

Luan: Conta algo que meu pai não saiba. — ele colocou os pés na mesa, cutucando os dedos. — Sua empregadinha vive saindo do morro pai, tem certeza que ela é confiável?

O LD olhou os papéis, dessa vez me encarando.

— Você é o sabichão né não? Fodão — olhei pro LD — O meu trabalho eu tô fazendo o que eu faço depois não é da conta de ninguém nesse caralho — dentro do morro eu tirava a aliança.

LD: tá indo aonde matadora? — ele me olhou sério. — Tá dispensada.

— Cuida da vida do seu filho, flw — fiz sinal de hang lose saindo da sala.

O tanto que esse moleque me irritava não tava escrito, queria socar a cara dele até estourar a cabeça.

Fui pra minha casa, fiz uma faxina rápida quase não parava aqui mais, tomei um banho e fui pra casa do meu franguinho.

Entrei direto já que já era de casa, vendo a margô sentada na sala.

— Gostosa — falei chamando a atenção dela.

Marjorie: Chegou cedo hoje, não fiz comida ainda. — ela sorriu pra mim.

— Pode deixar que eu faço, mas e essa cara aí? — sentei no outro sofá — Cadê meu boy e teu ? — falei baixo .

Marjorie: Estão trabalhando. — ela se deitou no sofá. — Como você está?

— Estressada e irritada tia, como sempre né — falei prendendo meu cabelo — tá doente ?

Marjorie: Não, porque? — ela falou fazendo careta, com o shorts jeans aberto.

— Você não é de ficar deitada, malha todo dia, nunca tá parada achei estranho — dei ombros — Tia vamos na cozinha comigo.

Precisava tirar dúvida de uma coisa, levantei indo para a cozinha dela que parecia minha casa toda.

Ela levantou, vindo atrás de mim, se escorando na bancada.

Marjorie: Que foi em? Hoje é meu dia de preguiça, dia não, a semana. — ela me olhou.

Comecei a fazer a janta por que sabia que a diabete do bonito ia se manifestar logo logo.

— Tia e essa barriga aí? — falei cortando a carne — Tem uma menina com uma barriga igualzinha lá no morro — falei tentando fazer ela entender.

Marjorie: O que tem ela? — ela olhou pra própria barriga. — Está normal.

— Tia já pensou na possibilidade de você tá grávida? — falei olhando a expressão dela mudar na hora.

Marjorie: Está doida Akira? Não tenho idade pra isso e nem posso engravidar, se não teria engravidado com o Leandro. — ela falou seria, levantando a blusa.— Aqui só é de comer besteira.

Neguei com a cabeça olhando pra ela.

— Eu não tô nada doida não, você tá morrendo no sofá quase faz parte dele, engordou sim e transa mais que coelho — gesticulei — E se ele for o problemático? com tanta droga que usa.

Marjorie: E vocês não transam mais que coelho não? — ela mexeu no celular. — vou fazer o teste só pra desencargo de consciência.

— Transo pra caralho mas eu uso camisinha, vocês usam tia? — ela ficou visivelmente agoniada.

Marjorie: Eu não posso ter filho. — a campainha da porta tocou e ela foi lá atender, voltando com a sacola.— farmácia do condomínio. — ela pegou água na geladeira com as mãos tremendo, bebendo um monte.

— Calma mulher só se acalma, vai fazer — olhei ela suando parecendo que tinha corrido da rota às 03:30 da manhã — Quer que eu vá? — falei a olhando.

Marjorie: Vai dar negativo. — ela pegou a sacola, entrando no banheiro aqui de baixo.

Não ia dar negativo nem fodendo ela tava gordinha e a tia sempre teve um puta corpão.

Fiquei na porta do banheiro vendo ela reclamando no banheiro.

— Só não surta tia por que já tá perto deles chegarem — falei de braços cruzados na porta.

Ela ficou de frente pra mim, esperando dar os minutos lá, pegando em seguida.

Marjorie: PUTA MERDA EU TÔ GRÁVIDA DO MELHOR AMIGO DO MEU FILHO. — Ela me olhou desesperada, negando com a cabeça várias vezes.

Fui pra perto dela pegando o teste na mão, arregalei meus olhos vendo o POSITIVO lá.

— Tia do céu fodeu — eu era péssima em tentar confortar alguém — Calma vamos pensar friamente, nada com emoção da certa — passei a mão no meu cabelo.

Marjorie: Fodeu, deu merda, deu tudo errado. — Ela andou de um lado pro outro. — Quase 5 meses Akira, quando descobre a gravidez desanda tudo, vai ficar enorme.

Neguei com a cabeça pegando meu celular.

— Que 5 meses tia claro que não, você tá de quatro meses, se você deu pra ele no dia que eu comecei a namorar oficialmente, é 4 meses mesmo, caralho fodeu grandão tia — puxei ela pra um abraço, eu não sabia real fazer isso — e agora?

Marjorie: FODEU. — ela riu nervosa me abraçando. — O que a gente faz?

— Fala pro pai da criança? — falei com dúvida — Se ele pensar em não assumir eu mato ele eu te juro e ninguém descobre nem o atlas.

Marjorie: Eu vou falar, e o Atlas? Ele vai me odiar eu menti esses meses todo. — ela pegou, o teste jogando fora.

— Tia já tá na hora de você contar pra ele ou o BN mesmo, ele vai pirar com isso, mas é uma criança que não tem culpa — olhei ela jogando o teste — Já conta tudo junto ele pira de vez.

Marjorie: Vou comprar um bolo. " você vai ser irmão de um filho do seu melhor amigo. " — ela riu nervosa.

Dei risada ouvindo o barulho do carro.

— É capaz dele dar parabéns pro BN, ele é lerdo tia — ela fez careta — Desculpa mas ele é, melhora essa cara e já conta pro papai do ano, que caralho mano — falei voltando pra cozinha.

Ouço os passos dela subir correndo as escadas e os dois entrarem, acredito que o Benício que tenha subido agora.

Ligados Pelo Destino [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora