Quatorze

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Atlas Ferraz 🎓

📍 Morumbi, São Paulo — 21h35

Arrumo a roupa no corpo sem ser social, depois de ter escutado um monte da minha mãe.

Motivo, Jadyane!

Não entendo que fissura tem na menina, completamente sem graça e sem princípios algum a não ser gastar dinheiro e ser bancada.

Totalmente fora dos meus planos ter qualquer envolvimento com ela.

A Akira me enviou a localização onde era para eu a encontrar, e eu cheguei era uma praça cheia de trailer.

Estaciono o carro, a procurando com os olhos, não a vendo ali.

Travei o carro começando a andar por ali, perto da maioria dos trailers.

Akira: Estava me procurando advogado? — a voz dela apareceu atrás de mim.

— Estava, fugitiva da polícia. — dou risada, guardando a chave do bolso, enquanto desligo o celular.

Akira: Te vi chegar mas queria mesmo vê você olhar os trailers — ela falou segurando o riso.

— O que é isso? — pergunto, olhando ao redor.

Ela cruzou os braços me olhando.

Akira: Trailer de tudo que não presta, churros, lanche, podrão — ela riu — Tá tirando com minha cara que nunca comeu?

Coço a nuca, com vergonha.

— Única coisa diferente que já comi foi o bolo da mãe do Benício. — falo pensando. — Nada dessas coisas.

Akira: Você moscou demais, mas tudo bem eu te ensino, nem hot dog ? — ela riu.

Nego com a cabeça.

— Qual que é bom? — olho pra ela, que está me olhando estranho.

Akira: Vou montar um top pra você, confia em mim — ela parou na frente de um trailer — Tia Rô dois completos com bastante mostarda e pro dele barbecue que ele tem cara que gosta — a senhora sorrio consentindo.

Me sento na cadeira dali, esperando ficar pronto vendo ela conversando com o senhor dali.

Ela voltou com dois hotdog e uma coca cola com dois copos descartáveis.

Akira: Só morde — ela sentou do meu lado.

— Desse jeito, cheio de coisa? — olho assustado pra ela.

Ela deu risada, negando.

Akira: Morde assim ó — ela mordeu o hot dog com vontade — vai play — ela riu com a mão na boca.

Olho o jeito que ela mordia, pegando o hot dog como ela falou na forma que dava, vendo começar a cair o recheio dele.

Paro a mão na minha frente, levando a boca até ele.

Akira: Você é muito playboyzinho deixa eu te ajudar — ela colocou o lanche na mesa, segurando meu lanche — morde aqui, e a graça é ficar com a boca suja — ela falou rindo.

Olho ela segurar pra mim e mordo, da forma que deu sentindo minha boca toda suja, pego o guardanapo, limpando.

— Isso aqui é muito bom. — mordo mais um pedaço. — É estranho de ver mais é gostoso.

Akira: Eu te falei e ainda botei um bônus no seu que foi barbecue, jeitinho de fresco — ela abriu a coca servindo a gente.

— Você come isso sempre? — pergunto curioso.

Akira: Meu lugar predileto a uns 10 anos, gostou né? — ela limpou a boca, reparei como ela não usava maquiagem nenhuma no rosto.

— É bom e diferente. — mordo mais um pedaço, vendo a forma que ela segurava, tentando fazer igual. — Você trabalha de que?

Akira: Secretaria de um cara — ela terminou de comer o lanche dela, me olhando comer — você é tudo né?

— Tudo o que? — pergunto sem entender.

Akira: Advogado empresário namoradinho da ruiva lá — ela deu risada.

— Advocacia eu sempre quis. — gesticulo pra ela. — Como tive que usar roupa social desde criança, me via como advogado. — dou risada. — Empresário foi exigido do meu pai, tanto que ele me colocou pra estudar com 5 anos.

Ela olhou nos meus olhos.

Akira: 5 anos ? — ela negou — você era uma criança tá doido, você tinha que brincar, mas pelo menos você se tornou um profissional foda né?

— É, pelo menos isso né. — volto a comer meu lanche.

Já que perdi várias coisas na infância, algo eu teria que ter né?

Akira: Ai cara eu vou tirar foto disso por que eu nunca vi alguém comer tão desengonçado assim — ela tirou foto minha rindo — O paulista mais gringo que eu vi.

Faço careta negando.

— Não está certo?

Akira: Essa é a graça do podrão é não ter regra — ela passou o polegar na minha bochecha — agora tá comendo certo, tá se sujando.

— Comer se sujando é novo pra mim. — dou risada, negando.

Akira: Tá bonitinho até, e olha que eu não acho nada bonito — ela falou toda séria.

— Vou levar como um elogio. — dou risada da cara séria dela.

Akira: Eu não elogio ninguém é sério — ela olhou nos meus olhos — Não sei elogiar nem receber elogio — ela olhou minha boca.

— Você é bonita, diferente, é isso te diferencia das outras. — olho nos olhos dela.

Ela desviou o olhar com as bochechas coradas.

Akira: Eu não sei receber elogio Atlas, eu só fui elogiada por uma única pessoa nessa vida — ela olhou minha boca.

Desço o olhar pra boca dela, subindo pros seus olhos, aproximando nossos lábios um do outro.

Akira: Me beija playba — ela sussurrou perto da minha boca.

Dou risada de lado, levando a mão na cintura dela, puxando mais pra perto de mim, deixo um selinho nos seus lábios, pedindo passagem com a língua em seguida.

Ela deu a passagem pra língua, ela tinha um negócio engraçado de querer levar o beijo a situação, mas depois ela cedeu deixando eu levar.

Ela puxou meu lábio pra ela lentamente, as mãos dela ficaram apoiadas na minhas pernas.

Ligados Pelo Destino [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora