Quarenta e seis

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Akira ♟️

📍Morumbi — São Paulo.

Fazia 5 dias que eu estava nesse lugar e eu odiei cada minuto, mas o Atlas não saiu de perto de mim, o que deixava as coisas mais leves.

Enfim tinha recebido alta já estava em casa e ele coitado conseguia ir trabalhar em paz.

Tinha feito a comida pra quando ele chegasse, ele só tinha comido bobagem esses dias, até por que a Marjorie nem aqui estava, a situação estava uma porra mesmo.

Meu celular notificou algumas mensagens, abri o whatsapp vendo algumas da favela e a do LD.

Mensagem: LD

LD : Será que seu namoradinho vai conseguir advogar por ele mesmo?

LD: Sobre o mesmo? Envenenamento da própria namorada? Fiquei sabendo que a polícia está na empresa dele a duas semanas, uma pena mesmo e se acharem provas que foi ele? 🫢

— Leandro seu desgraçado foi você que tentou me envenenar né filho da puta.
Tira o Atlas disso ele não tem culpa de nada dessa merda toda, eu te falei porra.

LD : Achou que eu não iria descobrir?
As provas estão implantadas só depende de você!

— Descobri o que caralho?
O que você quer mais de mim nessa porra.

LD: Acaba com ele.
Termina essa porra de relacionamento e foca na missão.
Se não terminar seu namoradinho vai passar longos anos na cadeia, você acha que ele vai conseguir sobreviver em um presídio?
Aposto que não.

— Eu não vou terminar com ele por que você quer LD, vai se foder tá louco.
Eu vou te dar a cabeça do Denis eu já te falei e nunca falhei, mas tira o Atlas disso.

LD: A polícia vai achar as provas que foi ele que te envenenou Akira e a culpa vai ser toda sua.

— Então primeiro me prova que vai tirar tudo que pode encriminar ele.

LD: Você é minha cria Akira! Traiçoeira igual.
Quando acabar tudo, me manda mensagem e adeus provas, não esquece que está sendo vigiada, tenta me passar para trás e bommmm bem na cabeça dele.

— VAI PRO INFERNO LD.

Travei o celular sentindo depois de anos vontade de chorar desesperadamente, meu coração tava doendo um tanto que era um absurdo, eu preferia ter morrido com essa porra de envenenamento do que ter que terminar com ele.

As lágrimas desceram no meu rosto e eu lembrei como era chorar, como era se sentir vulnerável, como era se sentir um lixo.

O barulho do carro dele chegando se fez lá fora, minutos depois ele já estava na sala.

Atlas: Amor? — ele falou alto. — Comprei uma coisa pra você.

Limpei minhas lágrimas rápido, logo ele apareceu na minha visão.

— Oi tô aqui — falei evitando demonstrar voz de choro.

Ele aproximou de mim, me abraçando enquanto beijava minha testa com carinho.

Atlas: Você gostou da pulseira e eu comprei outra, só que dessa vez o berloque é diferente. — ele me olhou animado, com a carinha de cansado. — Olha. — ele me estendeu a caixinha.

Abro a caixinha vendo a pulseira e um berloque com nossos nomes, seguido de outro com nossa foto bem pequenininha.

Respirei fundo segurando o choro, sorri pra ele fraco.

— É linda demais obrigada, eu vou guardar com carinho — segurei a pulseira na minha mão — Não dá mais Atlas...

Falar aquilo me doeu de uma forma absurda, mas eu não ia aceitar perder alguém que eu amava, meu avô eu não tive como proteger cuidar e dele eu tenho.

Atlas: Não da o que, você não gostou? — ele me olhou confuso. — Da para trocar amor, mas ainda quero te levar pra jantar...

— Só não dá Atlas, a gente tentou mas nossa vida é muito diferente, eu nunca vou abdicar do crime por você — minha garganta fechou — Mais não esqueça que eu te amei de verdade — a cara de decepção no rosto dele se formou, fazendo minha garganta fechar, meu coração doía muito.

Atlas: Para de brincadeira amor. — ele me olhou desesperado. — Nós nem brigamos, nem nada. — os olhos dele começaram a lacrimejar, enquanto ele limpava com a costa da mão.

— Você merece alguém igual você, que não te ponha em risco de nada, mas não duvide que eu te amei de verdade — eu precisava sair dali, eu preferia tomar todos os venenos do mundo do que ferir ele, como eu estava fazendo.

Atlas: Não faz isso comigo... por favor, é a viajem pro rio? Eu não vou, eu... eu fico. — ele falou engasgando com o choro.

Deixei uma lágrima escapar rápido limpo com a mão, ficando séria novamente.

— Só viva sua vida Atlas, você tem um futuro foda e vai encontrar alguém que não foda com seus sentimentos, só me esquece pra sempre, eu fodo com todo mundo eu sempre te falei — me afastei dele sentindo a desgraça do celular vibrar.

Saio da casa, ouvindo um monte de vidro quebrando e o choro dele alto.

Pego o celular, vendo a mensagem por cima.

" Boa garota, as provas foram retiradas. "

Eu não enxerguei nada até chegar na minha casa as lágrimas que durante anos não descia, hoje elas se fizeram presente.

Olhei a minha casa toda vazia de novo, sozinha de novo, sem ninguém de novo, o sentimento de ira tomou conta de mim me fazendo quebrar a casa toda, todas as bebidas do meu avô que eu não tinha nunca mexido, eu simplesmente quebrei a casa inteira.

— Eu te amo Atlas eu te amo — falei vendo minhas mãos cheias de cortes.

Ligados Pelo Destino [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora