Cinquenta e um

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Marjorie 💎

Ao mesmo tempo que a dor me dilacerava a tristeza também fazia o mesmo na mesma proporção, era desesperador.

Laurinha estava nascendo e meu filho não estava aqui para a ver nascer, não teve nenhum vínculo com a irmã durante os meses de gravidez e nem no nascimento.

Eu tenho que aprender que ele já é um homem adulto e dono das suas próprias escolhas, já que será pai, nem mesmo isso ele nos notificou.

Solto um gemido alto, sentindo a dor mais forte, já deitada na maca com a Akira segurando minha mão.

— Cadê o Benício que não chega logo. — falo ofegante.

Akira: Tia ele tá tentando, eu tô aqui — ela falou angustiada segurando minha mão.

— Não vou conseguir segurar pra ele ver nascer. — Grito alto, sentindo a barriga bem baixa.

Eu não imaginava que passaria por isso novamente, e mais uma vez sem o pai ali presente, mas a Akira está fazendo tudo pra me deixar bem.

Akira: Vai tia nossa Laurinha quer nascer — ela falou com carinho.

— Eu não consigo. — Murmuro baixo, fazendo o máximo de força possível.

Médica: Vai mãezinha, você consegue. — ela sorriu pra mim. — Usa tudo que está sentindo e põe pra fora em forma de força.

Eu queria meu filho aqui comigo e com minha Laurinha, isso me fez fazer uma força absurda, me fazendo ouvindo o chorinho dela.

Soltei um sorriso entre lágrimas, era a sensação de felicidade e tristeza ao mesmo tempo.

Médica: Que choro forte. — ela aproximou a Laurinha pro meu colo, chamando a Akira pra ver.

Akira: Tia ela é perfeita demais, como pode ser tão lindinha — ela falou fungando.

Solto o choro que estava segurando, vendo ela parecidissima com o Atlas.

— Você é a cara do seu irmão. — soluço, passando a mão no cabelinho ralo dela.

Benício: Cheguei. — ele falou todo afobado com a roupa cirúrgica. — Filha não esperou o pai. — Ele olhou ela se aproximando.

A Akira saiu da sala deixando eu com a Laurinha e o Benício.

— Olha seu papai princesa — falei vendo ela com o rostinho no meu peito.

Benício: Que pressa filha. — ele olhou sorrindo todo bobo pra ela e me deu um selinho. — Desculpa mô, estava trânsito teve acidente. — ele passou o dedo no cabelinho dela.

Ela chupava o dedo igual o Atlas fazia, ela tava com a touquinha do hospital chupando o dedinho.

— Sou apressadinha papai, quis vim logo — os olhinhos dela era escurinho igual do Benício mas a boquinha e o nariz do atlas todo.

Benicio: Mais bonita do que imaginei. — Ele sorriu com os olhos brilhando pra mim. — Laurinha apressada.

— Quer pegar mor? — olhei pra ele com cara de choro.

Ele balançou a cabeça em sim, pegando com cuidado do meu colo.

Benício: Que menina mais linda do pai. — ele sorriu pra mim. — Vai me dar trabalho em filha...

Ele de um menino se tornou um homem, o homem da minha vida, me deu uma filha que sempre sonhei, e a felicidade só faltava ele meu primogênito.

Ligados Pelo Destino [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora