Akira ♟️📍 Paraisópolis, São Paulo — 18h00.
Que sábado do caralho atraso de mercadoria, o Atlas me viu no morro e no fim ele passou mal, nem sei que caralho aconteceu com ele.
Tinha terminado meu expediente fui pra casa tomei um banho e subi na Upa que ele estava.
O Benício estava sentado na sala de espera, com a cabeça encostada na parede.
— BN seu amigo tá melhor ? — falei seca, me sentando dois bancos dele.
Ele negou, me olhando.
BN: A tia está vendo se consegue doar sangue. — ele olhou pra frente.
— O que ele teve BN? — perguntei confusa.
BN: Diabete, ele perdeu a insulina. — ele me olhou tremendo. — Começou a tremer e passar mal, desmaiou e teve refluxo e quando a tia chegou ele estava convulsionando. — ele passou a mão no cabelo. — E agora teve refluxo com sangue, parece que está muito alta a diabete não sei como fala e não sabem porque.
Que porra e eu dei doce pra ele caralho, burra burra burra.
— Caralho que merda, não é melhor levar ele pra um convênio de playboy? aqui não vai ajudar ele — falei olhando o segurança me encarar, ninguém aqui falava muito comigo por conta da minha fama.
BN: Os pais dele matam ele, tá louca com essa ideia? — ele falou rápido.
Fiz sinal de rendição.
— Com uns pais desses é melhor ser órfã — neguei — Já tentou doar pra ele?
BN: O sangue? — ele me olhou. — Incompatível, mais tenho que falar com a tia o que ele comentou comigo que só lembrei agora. — ele passou a mão na cabeça.
— Se não tiver mais ninguém, eu tento até — eu odiava hospital, mas tava me sentindo culpa nesse caralho — O que?
BN: Ele comentou que a mãe dele fez ele comer quatro pote de doce de leite esses dias, nem levei muito a sério. — ele coçou cabeça. — quando éramos pequenos a mãe dele fez algo igual.
Filha da puta que porra de mãe é essa?
— Ela é retardada porra, o moleque é diabético mata ele brincando — neguei vendo a tia Marjorie saindo de lá de dentro — Tia?
Marjorie: Ainda estão aqui. — ela sorriu fraco, se sentando.
— O menino tá como? — olhei ela sentar no meio da gente.
Marjorie: Agora está estável. — ela passou a mão no cabelo. — O açúcar ainda está em excesso.
— Você comeu tia? — ela foi a única pessoa que me acolheu quando eu voltei pra cá.
Marjorie: Comi esses negócios daqui do postinho mesmo.
BN: Com todo respeito tia, que história é essa dele ser seu filho? — ele olhou pra ela.
Olhei pra ela fingindo não saber, até quem fim o LD falou ela tinha que saber, bagulho machucava a mulher dele.
Marjorie: Ele é meu filho que levaram com 2 meses [...] — ela contou tudo e foi aí que entendi talvez a ideia do LD, mas porra é o filho dele, por isso eu digo ninguém ama ninguém.
— Caralho tia... desculpa que loucura tudo isso — comentei, pensando que o LD deve tá puto, quem mente se fode no fim.
BN: Complicado, o LD bateu com ele quando ele era menorzinho e nem disse nada. — ele falou pensando. — Teria poupado muito sofrimento do Atlas.
Olhei pro BN, negando.
— Ele tem seu amor tia, ele tem amor de mãe, vai fica de boa — sorri fraco.
Marjorie: Teria Benício, teria muito. — ela abaixou a cabeça com os olhos cheio de lágrimas.
Encarei o BN, negando.
— Acalma o coração tia, o moleque é novo vai dá certo, vocês vão recuperar o tempo — ela sorrio entre as lágrimas.
BN: Nem me olha assim, falo mesmo vi o sofrimento dele de perto. — ele deu de ombros.
O BN me irritava não era só aqui não, no trampo também, língua maior que a porra da boca.
— Fala mais nada não — apontei com a cabeça pra tia Marjorie.
Ele abraçou ela, que retribuiu logo começando a chorar alto.
Levantei ficando do lado de fora, todas as memórias que eu tinha dentro daquela UPA eram ruins, principalmente da última vez
A madrugada chegou com rapidez as 03h40 o Benício saiu falando sozinho, logo entendi que ele falava com o tal de Deus agradecendo.
— o moleque melhorou? — ergui a cabeça.
BN: Ele acordou, tá suave agora. — ele me olhou todo contente.
Assenti com a cabeça, levando as mãos no bolso da blusa.
— Depois fala pra ele que desejei melhoras — desci da mureta que tinha ali — vou pra casa então.
O BN não sabia de nada o que era bom teoricamente, e o plano fodeu todo certamente, melhor isso ia dá merda.
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Ligados Pelo Destino [M]
Fanfiction+16 | São Paulo, Paraisópolis. O meu destino nunca foi traçado em nenhum aspecto, mal eu sabia que era traçado do aspecto mais maluco dessa vida, traçado pelo aspecto do amor, aquele que eu só conheci uma vez.