Onze

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Atlas Ferraz 🎓

📍 Alphaville, São Paulo.

Meu primeiro caso como advogado acho que consegui hoje e a Marjorie é uma mulher incrível, educada, carinhosa.

E com todo prazer do mundo eu pegaria o caso dela, que só para falar acho que conseguirei ganhar fácil.

Olhar para ela dá uma paz e sensação de conhecê-la, mesmo não tendo tido nenhum contato.

Respiro fundo, ouvindo minha mãe gritar comigo por telefone e a Guimarães dando corda para ela no fundo.

Ligação — Andréia Ferraz.
Andreia: Atlas Ferraz por que você mandou sua recepcionista embora e o segurança? — ela falou brava
— Porque são racistas mãe, na minha parte da empresa não aceito.
Andreia: Racismo é moda Atlas eles eram competentes, foram indicações.
Você tá errando muito ultimamente.
— Você está prestando atenção no que está falando? RACISMO é CRIME! Contratei pessoas mais competentes para os respectivos cargos.
Andreia: Atlas Ferraz você fale direito comigo, abaixe seu tom e eu não sou você eu sou senhora.
Outra coisa que história é essa de você ter relações com uma menina favelada que fala gíria?
Eu não te criei para isso.
— VOCÊ NEM ME CRIOU! — Falo alto com raiva. — ME DEIXOU SOZINHO, ME FAZENDO LER LIVRO QUE NEM ERA PRA MIM! Me fez escrever o livro todo de geografia em um caderno porque tirei nota baixa nele, ia viajar e me deixava sem comida em casa, me criou?
Andreia: ATLAS ABAIXA O TOM AGORA — ela gritou.
Eu fiz isso pelo seu futuro queria o que ser um favelado igual aquele seu amigo? Nunca.
— NÃO FALA DELE. — falo alto.
Andreia : Então abaixa o tom por que seu amiguinho só não foi pro conselho tutelar por que eu não deixei você se lembra disso? E é assim que você me agradece?
— Lembro, desculpa mãe. — respiro fundo. — Estou no trabalho, depois te ligo.

Desligo rápido, lembrando que havia cliente.

— Perdão pelo ocorrido, Marjorie. — sorrio fraco

Marjorie: Tá tudo bem meu querido, se acalma tá bom? Não deixa as loucuras do dia a dia tirar sua paz — ela sorrio angelical pra mim.

— Loucuras da minha vida inteira. — murmuro baixo.

Marjorie: Essas situações são acalantadas com uma coisa, não sei se você gosta mas os doces da padaria La Ville Elegance aqui perto — ela falou sorrindo — sempre me abraçou quando eu queria surtar.

— Doce? — olho estranho pra ela. — Se minha mãe descobrir que comi doce, ela vai me fazer comer só doce por um mês, isso que já tenho 22 anos.

Marjorie: Você não gosta de doces? — ela levantou segurando os papéis.

— Nunca comi. — olho no relógio vendo que meu horário aqui já havia acabado, levanto da mesa, ajeitando os papéis. — Só uma vez bem pequeno, com a tia Célia.

Marjorie: Célia mãe do Benício? — ela me olhou segurando a bolsa.

— Ela mesma, quando ela vendia os bolos. — saio andando da empresa com ela. — Quando minha mãe descobriu ela me fez comer o bolo da tia Célia por uma semana até enjoar de bolo.

Ela me olhou séria ouvindo minha fala negando.

Marjorie: Quando você quiser experimentar doces muito bons iguais o da querida Célia, vai nessa padaria que eu te indiquei — ela sorriu — posso te dar um abraço para me despedir ?

— Pode. — sinto ela me abraçar e a abraço de volta.

Marjorie: Você é um grande homem — ela falou com voz de choro — até a próxima meu querido Luan. — o vallet trouxe o carro dela, o olhar dela era estranho mas não ruim.

Aceno com a mão para ela, pegando os papéis e entro no meu carro indo pra empresa do meu pai.

Ligados Pelo Destino [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora