Quarenta e cinco

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Marjorie 💎

📍Morumbi — São Paulo.

Essa semana foi extremamente complicada, o Benício tem pensado diversas vezes em voltar pro crime por que com o estudo que ele tem seria difícil arrumar algo, ele e o Atlas não tem conseguido conviver direito, tanto que ele está querendo voltar para a casa dele de Paraisópolis.

A escola que eu estava dando aula, não me causaram nenhum problema por conta da gravidez o que me tranquilizou bastante.

Até eu descobri eu não havia sentido nada além de sono e preguiça, mas agora tem sido briga de comer muito e vomitar o dobro, mas o Benício era extremamente companheiro.

O atlas tinha saído rápido com a Akira mas eu estava no banho e não o vi, o dia amanheceu e eles ainda não voltaram.

O Benício já tinha ido trabalhar estava deitada no sofá depois de uma série de vômito e a porta se abriu aparecendo ele com uma cara de cansado.

Ele passou direto sem falar nada, subindo as escadas com a mesma roupa de ontem.

Não queria pressionar ele, já que ele tinha pedido um tempo, mas estava doendo demais, será mesmo que nunca eu vou uma gravidez em paz e amor?

Subi atrás dele vendo sua porta fechada, bati três vezes e nada.

Respiro fundo abrindo a porta, vendo a porta do banheiro fechada, me aproximo sentando na cama.

O quarto dele estava revirado, ajeitei a cama rapidamente, dobrando algumas roupas dele que haviam ali, sabia o quanto ele era organizado e bagunça o te deixava irritado.

O barulho da porta do banheiro abrindo se fez presente no quarto e ele saiu já trocado, mas não com a roupa de ir trabalhar.

Parecia que eu nem estava ali, já que ele ignorou totalmente a minha existência.

Olho ele aplicar a insulina e vestir a camisa.

— Atlas cadê a Akira? — falei interrompendo o silêncio.

Atlas: Está no hospital Marjorie. — ele falou pegando algumas coisas no guarda roupa, guardando as roupas em seguida.

— Mais o que aconteceu? — Olhei preocupada — Tiro algo assim?

Atlas: Ela foi envenenada. — ele pegou o celular, conectando no carregador.

— Meu Deus ela tá melhor tá em risco ? — ele não olhava pra mim — Atlas olha pra mim.

Atlas: Está. — ele me olhou pela primeira vez. —  Não estou com cabeça hoje, depois conversamos, pode ser?

— Pode ser mas eu não aguento essa frieza comigo, mas tá certo — levantei da cama dele — Se puder depois me manda o endereço do hospital que eu vou ir vê a Akira, e eu vou ficar em um hotel por um tempo é melhor, sua convivência com o Benício não está fácil, e é melhor, só não esquece de aplicar a insulina e tomar seus remédios Atlas — Era ruim ter tido tudo e perdido na mesma proporção.

Atlas: Eu irei sair já, a casa é sua, de vocês. — ele gesticulou com a mão. — Sem estresse, pensa na criança eu mesmo saio, já irei ficar uns dias fora mesmo.

Ele clicou em um áudio.

xxx: Bom dia chefe, a polícia está aqui querendo falar com o senhor, libera a entrada?

Atlas: Bom dia dona Verônica, se a senhora puder pedir para esperarem, já estou saindo de casa.

Ele respirou fundo, guardando as coisas novamente.

— A casa não é minha atlas eu passei pra você, meu único bem era você, o que tá acontecendo ? — olhei confusa.

Atlas: Pode ficar com a casa. — ele falou sério, pegando o celular e o carregador. — Sou o principal suspeito de ter envenenado minha própria namorada. — ele riu amargo, saindo do quarto. — Se puder ficar com a Akira, ela gosta de você não é por mim e sim por ela mesmo.

Ele passou por mim rápido me fazendo sentir as lágrimas escorrer no meu rosto, se ele soubesse como eu estava arrependida, eu daria tudo para não ter cedido meu desejo pelo Benício aquele dia.

Me doía não ter pensado no meu filho, eu vivi presa a vida inteira que quando fui voar feri quem eu mais amava, era melhor ele ter me conhecido, talvez doeria menos nele.

Tomei meu banho chorando, me arrumei chorando, sai de casa chorando e só parei de chorar quando cheguei no hospital que ele mandou o endereço.

A Akira estava em um quarto sozinha, toda cheia de aparelhagem vi pelo vidro.

Entrei no quarto sem fazer barulho enquanto ela dormia, ela estava muito pálida, toda cheia de medicação.

— Eu tô aqui Akira — falei baixo me sentando ali próximo. — Está tudo tão difícil. — passo a mão no cabelo dela.

Akira: Tia vai dar certo é só difícil pra ele — ela falou baixo e fraca.

— Vai ir pra duas semanas... ele mal me olha, não fala comigo.

Akira: Ele não aceita mentira tia, mas vai dar certo, não chora a bebezinha sente — ela falou de olhos fechado.

— todo mundo erra. — murmuro baixo, negando.

Akira: Vai ficar tudo bem — ela me esticou a mão.

Eu vi a Akira assim apenas uma vez e foi quando o avô dela faleceu, fraca pálida e sem força pra xingar alguém.

Passei a tarde ali com ela, ora ela dormia ora falava comigo, mas pelo menos tive a companhia dela.

Ligados Pelo Destino [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora