Capítulo 17

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Palácio Brenhin.

- Como se sente ? - Ambrose o questiona ao se aproximar.

- Bem. Apenas minha mão que ainda dói um pouco... - Desmond força um sorriso. Ainda estava atordoado por tudo o que havia acontecido.

- Desculpe se estou sendo inconveniente, mas o oráculo deveria cumprir com seus deveres. Talvez uma viagem até o templo... - o principal sacerdote os encara um pouco hesitante.

- O quê ? Não! - Desmond protesta irritado.

- Nos dê um minuto, Kazimier. - Ambrose suspira e ergue sua mão direita, sinalizando para que ele saia. O sacerdote acena com a cabeça e sai em seguida.

- Não faço a minima ideia de que papo é esse de oráculo, mas não quero fazer isso!

- Okay, tudo bem. Não vou te obrigar! - Ambrose se senta ao seu lado e estende sua mão esquerda, acaricia os fios dourados de seu cabelo e põe uma mecha dele atrás da sua orelha.

- Se não quiser fazer isso, não vou tentar te convencer do contrário, mas se ficar difícil, quero que venha até mim. Entendeu ?

- O que quer dizer com isso?

- O oráculo tem uma ligação especial com a deusa, isso faz com que ele possa se comunicar com o outro lado, mesmo que não queira...

- Então eu vou ser obrigado a ouvir vozes ? Que maravilha! - ele fala de forma sarcástica e revira os olhos.

- É por isso que os oráculos são levados para os templos, para aprenderem a controlar a comunicação. Mas como eu disse, você não é obrigado a nada.

- Obrigado... - Desmond sussurra.

- Estou tentando cumprir minha promessa. - Ambrose acaricia seu rosto, pensando no quão adorável ele parecia naquele instante.

- Senhor... ? - um dos empregados fala hesitante ao entrar na sala de estar. Não queria interrompê-los.

- Venha. - o Rei suspira e gesticula com os dedos. O homem se aproxima e deixa uma bandeja com ataduras, remédio e um pouco de água sobre a mesa de centro.

- Melhoras, senhora! - ele se curva.

- Obrigado. - Desmond lhe mostra um sorriso gentil. O homem fica envergonhado e sai apressado logo depois.

- Me mostre sua mão. - Ambrose fala enquanto molha a ponta de uma das ataduras.

- Você não precisa...

- Me mostre. - ele fala em um tom autoritário.

- Okay... - Desmond recua e mostra a palma de sua mão. O lobo a segura com cuidado e limpa o sangue seco do local.

- Merda... - ele resmunga e se encolhe.

- Doi ? - Ambrose para de repente.

- Arde um pouco...

- Desculpe. - ele suspira e volta a limpar a ferida, ao terminar aplica um pouco de remédio, feito a partir da mistura de algumas ervas medicinais.

- Estou terminando. - Ambrose pega uma atadura e a envolve ao redor da palma de Desmond, que o observa atento e o rosto corado. Ser cuidado era melhor do que imaginava.

- Pronto. - ele sorri orgulhoso.

- Obrigado, me sinto muito melhor agora! - Desmond sorri enquanto encara sua mão. Ambrose fica um pouco envergonhado ao vê-lo sorrir tão alegremente e recua, pensando que se estivesse em sua forma humana, com certeza estaria visivelmente corado, o que seria muito constrangedor para ele.

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