Capítulo 50

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Desmond caminha entre os lobos, com seu rosto coberto por um capuz negro, em direção a entrada do palácio e enquanto segue até os portões, uma flecha que foi atirada em direção aos guerreiros traça uma rota rápida até a sua cabeça, mas antes de que pudesse alcançá-lo, ele a segura, deixando o objeto a centímetros do seu rosto.

Desmond observa a flecha por alguns instantes e em seguida desvia sua atenção para a varanda, fazendo contato visual com Azael, que observava a movimentação. Seus olhos brilham, como uma lua cheia, e um sorrisinho se forma em seus lábios, o que o deixa visivelmente assustado.

- O que está fazendo, idiota ? - Azael grita furioso, repreendendo o arqueiro que também está na varanda para garantir sua segurança. Ele o segura pelo peitoral da sua armadura e o joga contra a parede. Sentia que estava cercado de incompetentes.

- Suma da minha frente! - ele grita novamente e logo depois volta seu olhar para baixo.

Enquanto Azael brigava com aquele lobo, Desmond quebra a flecha e segue seu caminho em silêncio, sumindo na multidão. Ao finalmente chegar aos portões, os guardas assumem uma posição de ataque e esperam que ele reaja, ou com alguma sorte, se renda.

- Abra! - sua voz imponente, mas de alguma forma gentil, ecoa em meio ao barulho da guerra e logo os portões se abrem. Então ele finalmente entra e sem esboçar medo ou qualquer tipo de receio, passa entre os guerreiros armados.

Os lobos dos dois lados o observam atônitos, desacreditados de que Desmond tenha sido capaz de tal ato tão perigoso e imprudente, mas ao reconhecerem a presença da Deusa Mãe, todos os seus inimigos largam suas armas e se ajoelham, com suas cabeças baixas enquanto sussurram orações. Ao verem que eles haviam se rendido, os líderes guiam seus homens para o interior da muralha.

Ao testemunhar seus guerreiros sendo subjugados e presos, Azael entra em desespero, seu precioso prêmio estava bem ali, então por que ninguém o estava prendendo ? Havia dado ordens claras para trazerem a sua Rainha assim que a encontrassem.

- Peguem ele, agora! - ele ordena, mas ninguém se mexe.

- Seus malditos, matarei todos vocês! - Azael contrai sua mandíbula furioso e sai, voltando para o interior do palácio.

Ao chegar próximo as grandes portas de madeira, Desmond apoia suas palmas sobre elas e as empurra, sendo recebido por um grupo considerável de lobos armados.

- Senhora, fique parada. Não queremos machuca-la! - um dos lobos fala um pouco alto enquanto se aproxima devagar.

- Me machucar ? - ele murmura enquanto tira seu capuz e ao encara-los, os lobos estremecem diante da sua presença. Todos hesitam e estão prestes a largarem suas espadas, quando ouvem a voz de Azael, dando ordem para atacar.

Os lobos se encaram e então um deles avança, motivado pelo juramento que fez de servir a Casa Brenhin. Ele agarra o cabo de sua espada com força e tenta golpea-ló, mas antes de que pudesse alcança-lo, Desmond ergue sua mão direita, com a palma voltada para cima e ao mover seus dedos indicador e médio para o alto, como mágica, o guerreiro é erguido no ar.

- Baixem suas espadas e ajoelhem-se! - ele ordena enquanto os observa com seus olhos brilhantes e amedrontadores. Logo todos soltam suas armas e se ajoelham, ao ver que os lobos haviam se rendido, Desmond abaixa seus dedos, fazendo com que o guerreiro também baixe.

- O que estão fazendo ? Levantem-se agora! - Azael grita.

- Acham mesmo que essa é Gaia ? Ele é um maldito branco, a Deusa nunca o escolheria! - ele tenta convence-los, pois sabia que sozinho não teria forças para lutar.

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