Amigos?

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Estou em um sono profundo e pesado quando escuto batidas fortes que quase derrubam a porta do quarto. Abro os olhos relutantemente sentindo uma dor de cabeça horrível provavelmente devido as várias garrafas de Soju que eu sequei na festa da faculdade ontem a noite.

— Kimberly abre essa porta agora!

Finalmente percebo que não estou no meu quarto, olho ao redor e vejo uma garota morena coberta apenas por um lençol com uma perna em cima de mim. É parece que a minha noite foi boa, apesar de eu não me lembrar de nada. Droga! Eu não me lembro de nada! Me jogo novamente na cama sentindo o alívio tomar conta de mim. Mais uma vez a voz de um homem com raiva batendo na porta se faz presente, apesar de todo o barulho a garota não parece acordar e eu me levanto procurando as minhas roupas para começar a me vestir. Assim que eu tiro a perna dela de cima de mim ela finalmente acorda se espreguiçando e sorri para mim.

— Oi garanhão!

— Oi você!

Tentei lembrar o nome que o homem estava gritando através da porta, mas sem sucesso até que ele voltou a gritar e a garota arregalou os olhos.

— Meu Deu! Você tem que sair daqui agora!

Ela levantou da cama e abriu a janela do quarto.

— É o seu pai?

— Pior, é o meu noivo!

— NOIVO?

— É se ele te pega aqui ele mata nós dois!

Ela me empurrou para a janela, mas quando vi estávamos no segundo andar e se eu pulasse provavelmente iria me arrebentar todo.

— Você tá doida? Eu não vou pular!

— Você não está entendendo, meu noivo é policial! Ele anda armado. Se ele te pega aqui mata nós dois.

Eu pude ver que o desespero dela era real e comecei a pensar que talvez não fosse tão alto assim. Eu me penduro para o lado de fora e tento achar a melhor forma de aterrissar no chão, mas logo escuto um barulho e me assusto.

— Chris você arrombou a minha porta?

— Quem estava aqui com você?

— Ninguém!

— Sai da frente da janela Kim!

Droga! Eu tive que me soltar sem nenhuma preparação, e me ralei todo chegando a rasgar uma parte da minha calça jeans.

— Ei! Você!

Eu olhei para cima e antes que ele pudesse gravar o meu rosto eu saí correndo na esperança de que o meu carro estivesse por ali em algum lugar, mas eu não encontrava nem sinal dele em lugar nenhum, tirei a minha chave do bolso para destravar o mesmo e escutei o barulho dele na rua ao lado, corri até lá até que vi o tal do Cris saindo pelo portão da Kimberly com uma arma na mão. Entrei no carro correndo e ouvi o primeiro disparo destruir o meu espelho retrovisor. Dei partida e saí dali cantando pneu ouvindo mais três disparos atingirem o meu carro. Meu coração estava batendo muito rápido devido a adrenalina e eu respirei fundo quando finalmente sai do Brooklyn e cruzei a ponte até Nova York. Quando cheguei em casa e saí do meu carro pude ver o estrago, eu teria que levar o carro na oficina antes que os meus pais vissem, eles andavam cada vez mais chatos e me cobrando cada vez mais. Quando entrei pela porta da sala e percebi que aquela casa enorme estava no mais completo silêncio pensei que tinha me safado, mas logo assim que coloquei o pé no primeiro degrau da escada ouvi uma voz autoritária vindo da sala de jantar.

— Dormiu fora de novo Jay?

Eu me virei rapidamente e pude ver o olhar de pânico no rosto da minha mãe que estava ao lado dele.

Brincando com FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora