Deuses do tempo

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A noite estava perfeita e cheia de possibilidades. A única coisa me incomodando é que meus olhos não eram os únicos sobre ela. Ter que dividi-la me matava e isso só servia para reforçar o sentimento que gritava dentro do meu peito. Não havia dúvidas na minha mente, mesmo que todos tivessem. Como eles podem duvidar se o som do meu coração batendo parece mais alto do que a música melancólica que ressoava pelo salão da universidade?

– Me atrasei porque a Lexie insistiu para que eu tivesse um dia de spa. Tive partes do meu corpo que eu nem sabia que existiam esfoliadas. – Ela brincou e sorri para ela.

– A Alessandra exagera as vezes, mas você está perfeita! – Afirmo e ela cora, negando com a cabeça.

– É só maquiagem. – Ela explicou dando de ombros.

– Não, não é. Sabe, você está maravilhosa, mas ainda prefiro assim que você acorda. – Digo e baixo a cabeça, envergonhado como um menino.

– Claramente você tem um péssimo gosto! – Ela zombou e eu neguei com a cabeça.

– Não. Eu prefiro porque é a sua versão que só eu vejo. Você sem maquiagem, com o cabelo bagunçado, aquela versão sua é só minha e por isso é a que mais amo. – Insisto e a vejo suspirar ao mesmo tempo que eu.

Seus olhos verdes brilham como a mais rara esmeralda e sei que faria de tudo para protegê-la como a pedra mais preciosa existente, mesmo sabendo que ela valia mais do que qualquer tesouro no mundo.

– Você devia escrever poesia. – Ela provoca, e ergo as sobrancelhas.

– Talvez eu escreva. – Retruco e ela sorri.

Só quando a música muda, percebo que ela ainda está no primeiro degrau da escada e eu ainda estava segurando sua mão. O tempo parecia ter parado ao nosso redor e era assim todas as vezes que eu estava com ela. Um dos garçons passou por nós e ela sorriu para os aperitivos sobre a bandeja.

– Olha só, parece que você acertou no buffet! – Ela exclama, surpresa e franzo a sobrancelha.

– Você me elogia, mas parece surpresa. Não sei se encaro isso como um elogio ou uma ofensa. – Brinco e ela dá de ombros.

– Acho que você nunca saberá. – Rachel provoca e por algum motivo estávamos envergonhados como um casal de adolescentes que namoram no portão.

Penso em todas as coisas que quero falar para ela, e chego a tomar o fôlego para isso, mas quando ela me encara com os olhos brilhando em expectativa, um dos garçons tropeça e esbarra nela. A seguro antes que caia e estamos tão próximos que quase sinto seu gosto de cerejas maduras em meus lábios.

– Acho que já achamos um defeito no buffet. – Ela brinca e percebo que está quase sem fôlego quanto eu.

Quando tento falar, mais uma vez somos interrompidos e pelo sorriso em seus lábios eu sabia que tinha perdido sua atenção.

– Eu avisei para que me deixassem cuidar do buffet. – O Jiyong afirma, enquanto se aproximava da Rachel e quando ela solta minha mão para segurar a dele, sinto como se estivesse caindo em um abismo, mas o fim nunca chegava e só me restava a constante sensação de que a qualquer momento teria meu corpo em pedaços.

– Não, eu jamais poderia deixar você se responsabilizar por isso. – Ela afirma, negando com a cabeça.

Ele a encara confuso e me incomoda o fato dele parecer fingir que não estou aqui.

– Por quê, acha que eu faria um trabalho pior que o Jay? – Ele pergunta, parecendo ofendido e ela dá risada me fazendo abaixar a cabeça sentindo que meus esforços foram em vão, mas logo a ruiva dá de ombros.

Brincando com FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora