Amizade

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Ele me encarava como se eu fosse louca ou tivesse gritado um palavrão. Confesso que a ideia da Lexie me irritou quando a ouvi pela primeira vez, mas fazia cada vez mais sentido. Nós já tínhamos nos beijado e não havia mais ninguém em quem eu pudesse confiar. Por mais ridícula que fosse, essa era a única solução. A meses atrás se alguém me contasse que eu pediria para o Jay Park tirar minha virgindade, eu certamente daria um tiro nessa pessoa, ou diria que ela está delirando, é exatamente isso que eu estou fazendo.

– Você bateu a cabeça? O quê tá acontecendo com você? Não foi você que disse, o quê você disse mesmo? – Ele fingiu pensar, levando suas mãos tatuadas até o próprio queixo antes de citar minhas próprias palavras. – Não, nem pensar, nem se eu fosse o último homem da face da terra? – Ele repetiu e fez um bico demonstrando sua indignação com as minhas palavras.

– Bem, acontece que você não é o último homem da face da terra, mas é o único em quem eu confio. – Confesso e percebo que disse algo que nem eu mesma tinha consciência.

O olhar dele suaviza e vejo seus lábios rosados se curvarem em um leve sorriso.

– Então você confia em mim? – Ele perguntou e notei que ele estava feliz com aquela informação.

– Eu falei sem pensar. – Retruquei imediatamente e ele cerrou os olhos, desconfiado.

– Confia sim, você confia em mim! – Ele repetiu como uma criança e eu cruzei os braços negando, mas quando ele começou a fazer cócegas em mim, eu sabia que não duraria muito tempo. – Vai! Admite! – Ele insistiu e eu gargalhava com seus dedos andando como aranhas pela minha barriga.

– Tá bom! Tá bom! Eu confio! – Admiti e ele parou imediatamente me deixando sem fôlego.

– É bom saber disso. – Ele afirmou, dando um sorriso convencido e eu revirei os olhos.

– E então, vai me ajudar ou não? – Pergunto, irritada e ele finge pensar, tamborilando os dedos longos no volante.

Ele morde os lábios e me empolgo imaginando que isso seja um bom sinal, mas logo ouço sua voz em um tom mais baixo que o de costume.

– Não sei se isso é uma boa idéia Rach. Quer dizer, os últimos dias têm sido muito intensos e você mesma disse que deveríamos separar as coisas. – Ele explica e eu dou de ombros.

– Eu sei separar muito bem Jay, é só sexo. A não ser que você vá ficar todo emocionado de novo. – Provoco e ele revira os olhos antes de voltar a ligar o carro.

– Emocionado, até parece. Eu só não queria te magoar, mas a verdade é que eu simplesmente não estou afim mesmo. – Ele explica simplesmente e engulo seco ao ouvi-lo continuar. – Como eu disse antes, gosto de garotas que saibam o que estão fazendo. – Ele afirma e dá de ombros. – Deixo as virgens para quem gosta e tenha paciência para ensinar, eu não tenho. – Ele finaliza e o encaro incrédula.

Não sei porque eu estava surpresa por ele estar sendo babaca, isso está no dna dele e não mudaria nunca.

– Ótimo, então eu acho outro pra me ensinar. – Afirmo fazendo um bico e viro a cara para a janela evitando olhar para ele que ri soprado, debochando.

– Até parece que você vai transar com um cara qualquer. – Ele zomba e eu reviro os olhos.

– Bem, um cara qualquer não vai ser tão galinha quanto você, então o risco de pegar doenças sexualmente transmissíveis é bem menor. – Retruco e ele estala os lábios irritado.

– Mesmo assim você está aí doidinha pra transar comigo! – Ele desdenha e eu finjo uma gargalhada.

– Até parece que eu quero transar com você! Quem deu essa ideia foi a Lexie! – Expliquei e ele ergueu as sobrancelhas duvidando.

Brincando com FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora