Cap. 39

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Naquele dia Poncho ficou super exausto, ele recebeu visitas de todos, e todo mundo falava das coisas que ele havia perdido, Any não foi mais ao hospital, até que logo chegou o dia do cateterismo.

Batidas na porta.

Poncho: Entra! - disse apoiando o livro de fotos de lado.

Any: Oi! - disse entrando, estava com o rosto inchado e a ponta do nariz vermelha.

Poncho: Oi, tá tudo bem? - ele ainda falava baixo e rouco.

Any: É que. - disse colocando o cabelo atrás das orelhas. - Hoje é o cateterismo do Bento. - disse se aproximando.

Poncho: Achei que me traria ele aqui, antes dele fazer. - olhou Any e bateu do seu lado na cama.

Any: Sim eu iria trazer, estava tentando explicar para ele, que o pai não estava dormindo mais - disse se sentando.

Poncho: Pai? - olhou ela.

Any: Sim, o Bê foi influenciado pelo seu pai a te chamar assim, foi uma opção dele isso. - olhou Poncho e sorriu ao ver o álbum aberto.

Poncho: Não foi legal esse chapéu - sorriu apontando para a foto.

Any: É não foi. - sorriu e olhou para as mãos. - Poncho, eu tinha que seguir minha vida - olhou para ele.

Poncho: Tá tudo bem, Any! - disse respirando fundo. - E tudo bem também o Bê me chamar assim - sorriu e Any também, logo ela se despediu e desceu para ver o filho.

Alguns meses depois, Poncho recebeu alta, ele estava de cadeira de rodas, devido a muito tempo deitado, ele iria fazer fisioterapias e exercícios físicos, para fortalecer os músculos.

Poncho: Pai! - disse entrando na cozinha da casa dos pais, onde iria ficar até sua recuperação, pois seu apartamento era pequeno para a cadeira.

Jorge: Oi filho! - disse abaixando o jornal.

Poncho: Queria ver o Bento, será que posso trazê-lo aqui? - olhou o pai.

Jorge: Acho melhor eu buscá-lo e vocês se verem no parque enfrente a concessionária. - olhou o filho.

Poncho: Porque? - olhou o pai.

Jorge: Sua mãe nunca aceitou Poncho, o fato do Bento ficar lhe chamando de pai, você sabe como ela é! - Poncho assentiu e saiu.

No dia seguinte, Any levou Bento ao parque, ela estava sentada no banco com o filho que mexia as perninhas.

Bento: Cadê mamãe? - olhou a mãe.

Any: Calma filho, ele Jajá chega! - olhou o filho depois olhou para o lado da onde era a concessionária.

Bento: Papaiiiiii - desceu e foi correndo até Poncho, que era empurrado por Jorge.

Poncho: Ben... - pegou o menino no colo, abraçou o mesmo e começou a chorar, Any que agora estava em pé chorava.

Bento: Papai porque tá chorando? - disse ao se afastar e ver o rosto de Poncho.

Poncho: Eu estou feliz filho! - acariciou o rosto dele.

Bento: Eu também - limpou uma lágrima que rolou pelo seu rosto.

Poncho: Oh meu bebê - abraçou o menino outra vez.

Jorge: Eu já vou, depois me liga - falou para ao filho e bagunçou o cabelo de Bento.

Poncho: Tá pai. - sorriu para o mesmo, ele conversou com Bento um pouco, e logo o menino desceu da cadeira e saiu correndo para onde tinha algumas crianças.

Any: Você sabe que não precisa fazer isso né? - olhou Poncho que se aproximou dela.

Poncho: O que? Ver o Bento? - encarou ela.

Any: Ter a responsabilidade. - olhou ele.

Poncho: Ele me escolheu, sabia? - olhou Bento que corria atrás dos pombos com as outras crianças, e eu só vou parar, quando você me dizer que não quer - olhou ela.

Any: Calma, eu só te fiz uma pergunta. - olhou ele séria.

Poncho: Sim, eu percebi, mas você só fez essa pergunta, porque acha que eu não vou dar conta de cuidar dele - disse rude, se referindo a cadeira.

Any: Alfonso, eu não disse isso.. - olhou ele e tentou tocar-lo no braço.

Poncho: Mas pensou! Todo mundo pensa! A Babi arranjou outro cara, vo.... - foi interrompido.

Any: Eii.. nós dois não tinhamos nada, eu gosto de você Alfonso, mas eu não podia parar a minha vida, eu precisava conhecer alguém... - foi interrompida.

Poncho: Precisava beijar outro cara ou se deitar com um homem de verdade? - disse encarando ela.

Any: CHEGA ALFONSO! - disse alto. - Bento fala tchau para seu pai. - disse se levantando, Poncho a segurou.

Poncho: Me desculpa! - olhou ela nos olhos.

Any: Vamos Bento! Olha Alfonso, eu nunca fui sua! Não me cobra nada! - disse pegando as coisas.

Poncho: Mas você ficou comigo no hospital! Você demonstrou o quanto me ama! - disse olhando para o nada, Any engoliu em seco. - Era só por pena? - encarou ela, que o encarou.

Bento: Ah mamãe! - disse fazendo bico, mas entendeu o olhar da mãe. - Tchau papai - abraçou o pai.

Poncho: Tchau filho! - beijou a cabeça dele, e viu Any pegar na mão do menino e sair andando, Poncho olhando para o lago a sua frente chorou, sabia que tinha perdido a mulher da sua vida, estava triste por estar naquela situação, triste por ninguém o querer naquela situação, mas sabia que foi rude com quem mais o amou e cuidou, iria reconquistar Any e lhe mostrar que era capaz.

Talvez..  AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora