CAPÍTULO 38 - Assédio

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Era umas onze horas da manhã. Alberto e Caio conversavam a portas fechadas dentro do escritório de Alberto.

- Essa Milena é uma cobra! - exclama Caio ao ouvir sobre o encontro dela com Cecília. - Não duvido que ela armou isso tudo pra te infernizar.

- Não tenho a mínima dúvida disso - concorda Alberto. - Se eu descobrir que tem alguém daqui do escritório levando fofoca pra ela, eu demito esse indivíduo na hora.

- De acordo - diz Caio.

- Mudando de assunto, acabei descobrindo o nome do ex-marido da Cecília - comenta Alberto. - Chama-se Nathan. Ela ficou apavorada quando me ouviu pronunciar o nome do desgraçado. Eu a questionei e ela acabou confirmando uma antiga suspeita minha.

- E qual era a suspeita?

- Ela sofria violência doméstica.

- Meus Deus do Céu! Como pode ser uma coisa dessas? A Cecília? Isso é simplesmente inconcebível! Que grandecíssimo filho da puta! - exclama Caio.

- Põe filho da puta nisso! - concorda Alberto. - Se esse canalha cruzar meu caminho, eu não respondo por mim!

- Me diz uma coisa... Por acaso, ela sabe o paradeiro desse miserável?

- Não perguntei a ela. Mas entrei em contato com o Salles.

- E ele descobriu alguma informação? - pergunta Caio.

- Parece que o calhorda está preso. Mas ele ainda vai ver se consegue mais detalhes.

- Muita coisa agora faz sentido... Essa fobia que ela tem de homens... Quer dizer... Fobia essa que parece não se aplicar a você, não é mesmo, meu caro sócio... Pelo menos não mais... - reflete Caio.

- Não é bem assim... - retruca Alberto.

- Depois daquela chuva de perguntas sobre seu desempenho sexual, eu arriscaria dizer que essa mulher tá é te querendo, isso sim...

- Não sei, não... - diz Alberto. - Cecília é uma mulher indecifrável... Quando o assunto é ela, simplesmente não há certezas...

- E é por isso mesmo que você tá de quatro por ela, imagino - conclui Caio.

- Não estou.

- Está, sim senhor. Tá arreado, os quatro pneus e a carroceria por ela - insiste Caio. - É inútil negar os fatos. E olha que ela nem deu pra você ainda.

- Mas como assim "ainda"?

- Anota aí, meu caro sócio, no dia que ela der, tu vai comer na mão dela bonito.

- Tá doido, Caio? Que conversa desvairada é essa? - questiona Alberto.

- Aliás, comer na mão dela, você já come, Alberto. O dia que vocês transarem, tu vai é estar fodido! Vai ser o fim da tua vida de pegador!

- Quem vai transar com quem, Caio?

- Quer apostar? - propõe Caio.

- Para de dizer disparates, homem!!! - exclama Alberto, surpreso com a conversa do sócio.

- Ah, Alberto, meu poupa, vai! Vocês dois estão nitidamente apaixonados um pelo outro!

- Mas... Que porcaria foi que tu bebeu, Caio? - pergunta Alberto.

- Eu? Não bebi nada! Não foi você mesmo que me proibiu de consumir bebidas alcoólicas por um ano?

- Se não bebeu, então fumou!

- Me escuta aqui, Alberto! Você realmente vai deixar aquele mulherão escapar pelos seus dedos, simplesmente porque você não quer admitir que o todo-poderoso Alberto Callegari está de quatro por uma mulher?

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