CAPÍTULO 53 - A Briga

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O dia amanhece, Alberto acorda um pouco antes do despertador. Ele fica surpreso, ao perceber que Cecília dorme deitada em seu peitoral. Depois do beijo que trocaram e de Marta se espatifar no quarto deles, não tocaram mais no assunto. "O que ela quer de mim? Até onde eu posso ir?" Pergunta-se ele. Ele sente o perfume dos cabelos da esposa invadir seus sentidos, ele então os acaricia. Alberto fica ali, apreciando aquela proximidade entre os dois. De repente, o despertador toca e acorda Cecília. Ela percebe que está deitada sobre o peito do esposo e que ele lhe acaria os cabelos. Ela levanta a cabeça, olha para ele e sorri.

- Bom dia, marido - diz ela com uma voz preguiçosa, voltando a deitar-se sobre ele. Ele torna a acariciar-lhe os cabelos. - Passou bem à noite?

- Sim, dormi pesado - responde ele. - Nada como estar de volta em casa, na sua companhia. E você, dormiu bem?

- Também apaguei - diz ela.

- Depois de algumas noites maldormidas, cuidando desse marmanjo aqui... Era um descanso necessário...

- E os rins, como estão? Algum incômodo?

- Esse cateter realmente incomoda. Mas serão poucos dias. É suportável.

- Quer que traga um analgésico? - oferece ela.

- Não... Quero só ficar aqui com você mais um pouco... Só isso...

Eles se acomodam melhor um ao outro.

- Vou ter que dar uma saída hoje. Você vai ficar bem? - pergunta ela.

- Vou sim. Você já colocou os empregados da casa todos de guarda... Estão seguindo suas orientações à risca... - brinca ele. - Vou precisar falar com o Caio. Preciso saber como as coisas estão lá no escritório.

- Lembra que você ainda está convalescendo. Não é pra exagerar nas atividades - repreende Cecília.

- Só vou ligar pra ele, nada mais. Vou ficar comportado, prometo. Não fica brava comigo não, tá, Professora Cecília...

- Olha lá, hein...

- E eu posso saber aonde você vai, minha digníssima esposa?

- Vou ter que passar na escola. Mas não devo demorar. Estamos no fim do semestre, não tem mais aulas - explica ela.

- Tudo bem... Vê se não vai dirigir que nem piloto de fórmula 1, hein... - repreende Alberto.

- Sim, senhor meu marido... Vou dirigir bem comportada. Prometo - retruca ela com um sorriso.

Eles seguem deitados, abraçados um ao outro. Continuam conversando por um bom tempo ainda.

***

- Jantar, Caio? Mais um? - reclama Alberto ao telefone. Ele está em seu escritório domiciliar falando com o sócio.

- Sim. Mais um. Dessa vez é da Caixa de Assistência dos Advogados - explica Caio. - É bom a gente ir. Sabe como é, precisamos estar em contato com outros profissionais do meio. Você sabe disso.

- Tá, tá... Tudo bem... Vou falar com a Cecília - diz Alberto.

- Estou pensando em convidar a Elisa. Vou correr esse risco. Sabe como ela é brava, né...

- Sei... Mas, sinceramente, acho que ela vai aceitar - incentiva Alberto.

- Bom, espero que sim - diz Caio. - Mas é bem difícil domar aquela fera.

- Deve ser mal de professora... - reflete Alberto.

- Faz sentido... - concorda Caio. - Mas, me conta, quando é que você vai se declarar pra Cecília? - questiona ele.

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