- Lucas, desculpa essa nossa visita inesperada, mas é que eu tenho uma coisa para te perguntar - explica Cecília. Alberto e a esposa haviam ido até a casa de Lucas, levando o terço que Cecília encontrara.
- Imagina, não tem problema nenhum. A visita de vocês é sempre bem-vinda - responde o irmão, com um sorriso.
- Lucas... Me diz uma coisa... Por acaso você conhece esse terço? - pergunta Cecília, mostrando a Lucas o objeto que encontrara na gaveta da sala de estar. Ele o pega nas mãos e olha os detalhes, vê seu nome gravado, como a irmã já havia identificado.
- Sim, esse terço era meu - responde o irmão, com uma expressão de estranheza. - Mas eu o dei a um rapaz na capela do hospital em que você foi socorrida, naquele dia terrível. Como ele chegou até você?
- Eu o encontrei numa gaveta na sala de estar de nossa casa - responde ela.
Lucas fica em silêncio por alguns instantes, apenas olha para Alberto, que estava ao lado de Cecília.
- Era você, Alberto? O rapaz que encontrei na capela naquele dia? - pergunta Lucas, deduzindo o que pode ter acontecido.
- Sim, era eu... - responde Alberto. Eu guardei o terço comigo, nunca me desfiz dele...
- Minha nossa... Você perdeu sua esposa no mesmo dia em que Cecília foi atacada por aquele miserável... - conclui Lucas.
- Sim... Pelo visto, sim... - confirma Alberto. - Coincidência ou não, estávamos todos nós no mesmo hospital naquele domingo trágico.
- Meu Deus... É muita coincidência pra ser mera coincidência... Se é que vocês me entendem... - diz Isis, esposa de Lucas.
- De fato... - concorda Lucas. - Sempre me perguntei o que havia acontecido com sua esposa na época... Nós não voltamos a conversar depois que deixei a capela. Agora já tenho a resposta...
- Bem... Agora eu também sei que, graças a Deus, sua irmã sobreviveu... - diz Alberto, olhando com ternura para Cecília. Ela o abraça.
- Espero que você não tenha perdido sua fé... - diz Lucas, lembrando do diálogo dos dois naquele dia. - Eu te dei o terço pra que você lembrasse sempre de ficar firme...
- Por um tempo achei que havia perdido sim a fé... Infelizmente... Mas encontrar Cecília fez com que minha esperança em Deus e na vida revivesse... E ainda mais agora... Ao reencontrar esse terço... Eu... - Alberto não continua, está sem palavras.
- Então, Alberto, ainda que tenha levado um certo tempo, esse terço cumpriu seu propósito de ajudar a reavivar sua fé... - reflete Lucas, colocando a mão sobre o ombro do cunhado. Os dois então trocam um caloroso abraço. - Você sabe que te tenho como um irmão, não sabe? - diz ele.
- Eu também, Lucas, tenho você como um irmão... - concorda Alberto.
- Jamais terei como pagar o que você fez por Laura, quando processou aquele plano de saúde. Todo o dinheiro que recebemos da indenização foi para a poupança dela. Agora fico mais tranquilo, sabendo que temos um valor guardado se ela voltar a precisar. E também devo muito a Cecília, por ter nos emprestado o dinheiro para a cirurgia da nossa filha.
- Você não nos deve nada, Lucas. Nada... - diz Cecília, abraçando o irmão.
- Cecília está certa... - confirma Alberto. - Você não nos deve nada. - Lucas não sabe, mas a doença de sua filha Laura foi exatamente o que, de certa forma, levara Cecília até o encontro com Alberto. Não fosse isso, jamais teriam se conhecido. E se não fosse um testamento escrito há doze anos, pelo tio de Alberto, eles talvez não tivessem se casado. Tudo se encaixava perfeitamente, como uma engrenagem. Era impressionante.
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Casal Por Contrato
ParanormalCecília Petri, uma doce e amável professora do ensino fundamental, se vê repentinamente em apuros financeiros. Ela contrata Alberto Callegari, um conhecido e competente advogado para lhe ajudar a encontrar uma solução. Ele a surpreende com um inusit...