CAPÍTULO 14 - O jantar dos advogados

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Alberto para o carro do lado de fora da casa de eventos onde acontecia o jantar dos advogados. Ele olha para Cecília sentada ao seu lado. Como estava bela... Quando a conhecera em seu escritório ela usava roupas discretas, adequadas ao seu ofício de professora. E mesmo assim estava muito bonita. Mas sentada ali ao lado de Alberto, de maquiagem, salto e um vestido longo de fundo azul com grandes flores brancas, costas nuas, ela estava esfuziante. E usava aquele perfume que ele tanto gostava.

- Pronta para enfrentar a cova dos leões? - pergunta ele.

- Na verdade, não sei... - responde Cecília.

- Vou procurar não sair de perto de você - promete Alberto.

- Obrigada...

- Lembra da nossa história? - questiona Alberto.

- Sim, eu era sua cliente, marquei uma consultoria sobre direitos trabalhistas e nos apaixonamos... - diz ela.

- Exato.

- Vamos então...

- Vamos então, minha namorada... - ele sorri para ela.

Alberto dá a mão a Cecília. Ele entrelaça seus dedos aos dela e eles entram no salão. Os olhares se voltam ao casal não somente porque Cecília é uma bela mulher, mas também porque é a primeira vez que todos vêem Alberto chegar acompanhado a um evento. Era sabido que ele dormia com várias mulheres, sua fama era conhecida. Desde que perdera a esposa, nunca mais ele havia tido um relacionamento estável com ninguém.

Ele envolve o braço em volta da cintura de Cecília enquanto cumprimenta as pessoas e a apresenta a todos. Fazia muito tempo que ela não permitia que um homem a tocasse dessa forma. Sentir a mão de Alberto em volta de si era uma sensação estranha.

- Tudo bem? - pergunta Alberto, percebendo um certo desconforto de Cecília.

- Vou ficar bem... Só preciso de um tempo para me acostumar... - diz ela, meio inibida.

- Vou ficar ao seu lado. E o Caio também. Ele já está por aí, só falta encontrá-lo.

- Alberto Callegari! Não acredito! - aproxima-se uma jovem advogada - Você? Acompanhado???

- Como vai, Larissa - responde ele rispidamente. - Essa é Cecília, minha namorada.

- Que pena... É o fim do mundo mesmo! - diz a advogada, saindo sem cumprimentar Cecília.

Alberto puxa Cecília mais para perto de si, beija-lhe o rosto e corre os dedos por suas costas nuas. Ela sente um certo desconforto, mas não deixa transparecer.

- Ora, ora, mas que belo casal! - aproxima-se Luiz, o advogado que encontrara Cecília e Alberto no restaurante enquanto resolviam as cláusulas do contrato. - Espero que esteja mais calmo hoje, Alberto.

- E eu espero que você esteja menos engraçadinho hoje - responde Alberto com um certo mal humor.

- Cecília, não é? - diz ele, estendendo a mão para cumprimentar a moça - Novamente, desculpe-me o mal jeito do primeiro encontro. Alberto, é sabido, tem muito bom gosto. A senhorita é uma mulher muito formosa!

- Imagina, são seus olhos - diz Cecília, sem jeito.

- Aproveitem o jantar - despede-se Luiz. Cecília agradece.

Alberto novamente toma a mão de Cecília entrelaçando-a à dele. Ele a puxa para dentro do salão.

- Vem, vamos procurar Caio.

A travessia do salão foi demorada. Todos queriam cumprimentar Alberto e saber quem era a tal moça que conseguira o feito de se tornar sua namorada. Muitos olhares masculinos de admiração. Muitos olhares femininos de inveja e desdém.

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