CAPÍTULO 90 - O sequestro | Parte 1

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Alberto chega na escola de Cecília. Caio consola a namorada, que está aos prantos. Ela chora muito, suas mãos e sua voz estão trêmulas. Jamais se sentira tão incapaz, tão vulnerável, em toda sua vida. Sentia-se culpada por não ter conseguido ajudar Cecília. As duas estavam juntas, seguiam em direção ao carro do segurança que Alberto havia contratado, para que ele as levasse para almoçar. Ao se aproximarem do veículo, contudo, perceberam que o homem estava desacordado. Segundos depois, a dupla de criminosos as abordou. Nathan agarrou Cecília e a levou à força. Por mais que ela se debatesse, não havia como ela se desvencilhar dos braços do ex-marido. Ele era fisicamente muito mais forte do que ela. Foi tudo muito rápido, questão de segundos. Nathan era um homem alto e bastante musculoso, Elisa não teve a mínima possibilidade de arrancar a amiga das garras de tamanho brutamontes.

A lembrança de tudo que havia ocorrido não saía de sua memória. "Aonde estava Cecília nesse momento? O que estava acontecendo? Que mal fizeram a ela? Ela estava grávida!" Todos esses questionamentos se passavam pela mente de Elisa. Estava devastada, conseguia chorar somente, abraçada ao namorado. Milena não conseguiu levar Elisa, pois não conseguiu contê-la. Ela estava armada e a ameaçou, mas o instinto de Elisa falou mais alto, não se deixando dominar pela ameaça. Haviam resolvido levá-la junto para que a moça não avisasse sobre o sequestro a Alberto e à polícia tão rapidamente, dando tempo para que saíssem da cidade. Além disso, havia o fato de Elisa ter testemunhado toda a ação dos dois. Ela estava cheia de arranhões e escoriações, por ter ido às vias de fato com Milena. Havia torcido o pé na fuga. Caiu no chão, não conseguia se levantar, doía muito. Como ela queria que tudo aquilo fosse um pesadelo! Milena decidiu então deixá-la para trás, pois alguns transeuntes ouviram os gritos de Elisa e começaram a se aproximar. Um casal que passava colocou-a dentro do próprio carro e a ajudou a entrar em contato com Caio, pois Elisa não conseguia nem falar direito, tamanho seu abalo emocional. Disseram a Caio que a encontraram caída no estacionamento, em prantos, machucada, sem conseguir relatar a eles o que se passara. Chorou copiosamente ao ver o namorado chegar. Abraçou-se a ele, não conseguia contar o que aconteceu. Conseguia apenas dizer "A Cecília! Levaram a Cecília!" Nada mais do que isso. Caio já pôde deduzir o que havia acontecido. Ligou imediatamente para Alberto, em seguida para a polícia. Estavam os dois dentro do carro de Caio, abraçados, esperando por Alberto, ou a polícia, quem chegasse primeiro. Ela ainda não conseguia segurar o choro. O sócio é o primeiro a aparecer. Ele estaciona o carro de qualquer jeito e corre até Caio e Elisa.

- Caio! Pelo amor de Deus! O que aconteceu com a Cecília? - pergunta Alberto, desesperado.

- Não sei bem! A Elisa está em estado de choque! Ela não consegue contar direito! Ela me disse algumas coisas, mas não consegue contar tudo! - diz Caio, sem sair do carro, abraçado à namorada. - Eu liguei pra polícia, mas você sabe como são as coisas nesse país, não devem chegar muito rápido. De repente, Mário aparece. Ele para o carro perto dos dois e vem correndo ao encontro deles.

- Alberto! - grita ele..

- Mário? - Caio estranha a presença do primo de Alberto no local. - O que esse cara está fazendo aqui?

- Ele me ligou quando eu estava a caminho. Disse que sabe pra onde levaram a Cecília.

- E você vai confiar nele? - questiona o sócio. - Pode ser uma armadilha. Ele não é amigo próximo da Milena? Ou amante, sei lá!

- Algo me diz que ele está contando a verdade - retruca Alberto.

- Alberto, Caio - cumprimenta ele de forma rápida. - A Milena me ligou, assim que eles sequestraram a Cecília. Ela me passou o localizador, querem que eu vá até lá.

- E por que ela quer você lá, Mário? - questiona Alberto.

- Porque ela pensa que sou um aliado - responde o primo.

- E não é? - insiste Alberto no questionamento.

- Você vai ter que confiar em mim! É uma longa história, e não temos tempo. As intenções da Milena são as piores possíveis! A Cecília está nas mãos de dois psicopatas! Eles não estão brincando! - retruca Mário, aparentando estar realmente angustiado.

- Me diz aonde a Cecília está, Mário! Pra onde eles levaram a minha mulher? Eu não posso ficar aqui de conversa fiada! Eu vou lá agora! - diz Alberto.

- Alberto, cuidado, cara! Não vai adiantar muito ir lá sem a ajuda da polícia! - alerta Caio.

- Polícia, Caio? Que polícia? Você disse que avisou à polícia e eles ainda nem deram as caras! - esbraveja o sócio. - Você ouviu o Mário! A Cecília está nas mãos de dois loucos! Pra fazer o que fizeram, esses dois já tocaram o foda-se pra tudo! Estão fazendo tudo com as próprias mãos, sem a ajuda de terceiros!

- Eu já avisei à delegada do caso, ela já está sabendo a localização deles. Mas concordo com você que a nossa polícia não age assim tão rápido. Eu te levo até lá! - oferece Mário. - Entra no carro.

- Não vou a lugar nenhum com você! - recusa Alberto. - Me fala aonde a Cecília está que eu vou até lá!

- E vai dirigir nesse estado? Correndo o risco de se acidentar? Vai causar mais transtorno e não vai conseguir ajudar tua mulher! - insiste Mário. - Cada segundo que passa é importante! Entra no meu carro e vamos pra lá, caralho!

- Droga, Alberto! Vai com o Mário, cara! Vamos ter que confiar nele! - rende-se Caio. Ao ver a aflição de Mário, ele realmente acreditou que o primo de Alberto dizia a verdade. Jamais o vira tão transtornado na vida. - Entra nessa droga desse carro e vai com ele, caramba! Eu não posso ir com você! Não posso deixar a Elisa sozinha! A polícia está vindo até aqui, depois vou ter que levá-la a um pronto-socorro, ela não está bem. Vai com o Mário, Alberto, não enrola! O tempo é nosso inimigo!

- Olha, tá certo, Mário! Vamos lá, vai! Por tudo que é mais sagrado, vê se dirige o mais rápido que conseguir! - pede Alberto.

Os dois correm até o carro de Mário e saem em alta velocidade, cantando os pneus.

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