CAPÍTULO 49 - Resolvendo o problema

416 17 0
                                    

Cecília e Alberto foram conduzidos por um enfermeiro até o quarto do hospital onde ele vai ficar internado. Já era o fim da tarde e início da noite. Tinham passado o domingo inteiro por conta dos exames e esperando os resultados. Cecília havia avisado à irmã de Alberto e também ao sócio a respeito da cirurgia de emergência.

Estão sentados em um sofá ao lado da maca, esperando para saber os próximos passos. Cecília levanta e caminha pelo quarto, abre as portas do armário, o frigobar, verifica o banheiro.

- É um quarto muito bom.

- Mesmo assim, espero não ter que ficar aqui muito tempo.

Ela põe a mão na testa do marido e confere se ele está com febre.

- Acho que a febre está voltando... E a dor, como está?

- Também está voltando...

- Acho bom eles trazerem logo essa medicação...

- Que desânimo dessa história de cirurgia, viu...

- Alberto, você viu o que o médico disse... A cirurgia é simples... Não tem nem corte... Tudo via endoscópica...

- Foi um pouco embaraçoso ver o médico tratar do meu órgão sexual na sua frente...

- Não precisa ficar sem graça. É o corpo humano. Homens tem "piupiu" - brinca ela.

- Falando em "piupiu"... Lá vou eu pro banheiro pela milésima vez hoje...

Ele se tranca no banheiro.

- Se precisar de ajuda, me chama, tá - diz ela.

- Pode deixar que eu me viro aqui...

Ele sai do banheiro com uma expressão não muito boa.

- Tá voltando a dor?

- É que pra fazer xixi também dói... Tudo dói... - reclama ele.

- Vem cá, vem... - ela estende a mão.

Ele dá a mão a ela.

- Posso te dar um abraço de boa sorte?

- Pode...

Ela abraça a cintura de Alberto e encosta a cabeça em seu peito. Ele a abraça, acariciando-lhe os cabelos. Ele sente o perfume dela. Era aquele mesmo que ela usava quando chegou em seu escritório no dia em que se conheceram. Como ele amava aquele perfume na pele dela... Ficam abraçados por um tempo sem dizerem nada.

- Sabe, na verdade, fico feliz em perceber que essa sua fobia de nós, homens, tem diminuído.

- Não tenho fobia quando você e eu estamos próximos... De você, não... Não tenho fobia... Desde o primeiro dia em que nos conhecemos lá no seu escritório... Eu sabia que você iria me ajudar... Depois que você me explicou sua proposta, eu não tive dúvidas sobre sua índole... Tanto que aceitei ser sua esposa de mentira...

Eles olham um para o outro. Ele encosta sua testa na de Cecília. Sente um calor tomar-lhe o corpo inteiro, mas não se sentia à vontade para avançar o sinal. Ela então leva sua mão até o rosto de Alberto e o acaricia e o traz até bem próximo dela. Ela então o beija. Eles se beijam lentamente, suas línguas se encontram e se acariciam. Aos poucos vão aumentando a intensidade do beijo.

Era a primeira vez que se beijavam sem os olhares dos outros e sem que um dos dois estivesse alcoolizado, não havia excusas, estavam ambos a sós e sóbrios. Ela havia tomado a iniciativa, Alberto mal podia acreditar. Ele queria que aquele momento durasse para sempre.

Ele desce a mão até bem próximo do quadril dela e a puxa o mais próximo que pode de si. Ela acaricia as costas dele. Ele sente sua pele arrepiar. Eles simplesmente não conseguem se afastar um do outro. Perderam a noção do tempo. Não sabiam dizer por quanto tempo ficaram com suas bocas e seus corpos colados.

Casal Por Contrato Onde histórias criam vida. Descubra agora