CAPÍTULO 31 - A Lua-de-mel | Parte 3

490 19 1
                                    

O dia amanhece no resort. Cecília e Alberto ainda dormem. Estavam exaustos. Como chegaram de viagem e já foram direto conhecer as dependências do resort, não tiveram oportunidade de descansar. Resolveram desligar os alarmes dos seus respectivos celulares e dormirem até mais tarde. Seria uma estadia curta, de apenas três dias, somente para fins de fachada, mas decidiram que usariam esse tempo para aproveitarem e descansarem.

Cecília é a primeira a despertar. Ela senta na cama, se espreguiça, confere a hora. São dez da manhã. Ela olha para Alberto, que ainda dorme. Ele parecia bem cansado na noite passada. Caiu no sono bem antes que ela e ainda parecia dormir profundamente. Ela fica ali, por um certo tempo, observando-o dormir. Era um homem muito bonito, não havia como negar. E vê-lo ali, adormecido, com um semblante tão manso e tranquilo, causava-lhe um sentimento de ternura que não sabia bem explicar. Ele está vestido em um pijama bem bonito de short e camiseta, bem alinhado. Devia ter sido caro. Os trajes de Alberto eram sempre bem alinhados, com aspecto de roupas caras, mas ele, em si, era uma pessoa simples, não se importava muito com luxo. Ela apreciava aquele jeito acessível que ele tinha. Quando atuava como advogado, tinha um comportamento sério e bastante formal. Mas, no dia-a-dia, era uma pessoa despojada e gentil. Ainda assim, era bastante reservado e circunspecto. Ela ficara admirada da disposição dele em responder todas aquelas perguntas indiscretas que ela lhe fizera durante o almoço. O que dera nela? "Eu não sou assim...", pensou Cecília. Ela continua sentada na cama, conferindo o celular.

Alberto, ainda dormindo, muda de posição na cama, deixando à mostra o aumento do volume dentro de suas calças. É uma ocorrência comum, que geralmente acontece com os homens pela manhã. Cecília já foi casada, ela sabe bem disso. É algo normal no corpo masculino. Alberto sempre se mostrara preocupado em esconder de Cecília quando isso lhe acontecera em outras oportunidades. Mas, naquele momento, estava dormindo, não havia como ele perceber. Ficaria certamente mortificado de saber que aconteceu diante da esposa, sem que ele notasse. Cecília percebe a ereção e fica sem graça. Mas, como no dia seguinte ao casamento, quando vira o marido no chuveiro, ela não consegue desviar o olhar. Alberto é um homem alto e, evidentemente, as dimensões de seu corpo são proporcionais a tal, o que tornava o tamanho de sua intimidade ainda mais notório. Cecília não se reconhece ao sentir sua curiosidade aguçar-se a respeito do corpo do marido. Estava constrangida com sua própria indiscrição. Decide então levantar-se. Ela se arruma, escolhe um vestido soltinho, branco, de alças e sai.

Meia hora depois, Alberto acorda. Ele procura Cecília a sua volta e percebe que ela não está no quarto. Encontra então um bilhete sobre a mesa de cabeceira:

Bom dia, Alberto.
Vou dar uma saída.
Não quis te acordar, você estava dormindo pesado.
Estarei na praia, bem em frente ao resort.
Não estou levando meu celular, deixei na tomada, carregando a bateria.

Cecília :-)

Ele pega seu próprio celular, confere a hora. Fica um certo tempo na cama, mexendo em seu telefone. Ele ouve uma mensagem chegar no celular de Cecília, que estava na mesa de cabeceira. Tentou deixar para lá, mas sentiu uma certa curiosidade em ver quem era. A mensagem na tela dizia que era de alguém chamado Marcos.

- Cecília não tem muita proximidade com homens... Quem será esse cara? - diz ele em voz alta.

Cecília caminha sozinha na praia. O dia está um pouco nublado. Nada que tire a beleza da orla. Ela olha o horizonte e aprecia a vista. Fazia muito tempo que ela não vinha ao litoral. O barulho do mar, o vento em seus cabelos, tudo lhe trazia uma ótima sensação.

- Bom dia, moça! Posso lhe fazer companhia? - diz-lhe uma voz masculina ao ouvido. Era Alberto.

- Bom dia, moço! Sim, pode. Você pode! - responde ela, com um sorriso.

Casal Por Contrato Onde histórias criam vida. Descubra agora