CAPÍTULO 65 - No escritório

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- Então, Alberto, como você e Cecília estão? Como vai o casamento? - pergunta Caio ao sócio. Os dois estavam na sala de Caio, resolvendo algumas questões sobre alguns processos complicados.

- O casamento vai muito bem, obrigado! Às vezes eu nem acredito no que está acontecendo - confessa Alberto. - Num dia, eu estava vivendo uma vida de solteiro inveterado, no outro, eu estava casado. Tudo o que eu queria é que doze meses passassem o mais rápido possível. E olha eu aqui, completamente apaixonado pela minha própria mulher...

- É, meu caro sócio, por essa ninguém esperava... - concorda Caio. - E porque você se casou com Cecília, eu conheci a Elisa. Pode ser loucura minha, mas será que tudo isso seria simplesmente um mero acaso?

- O que você quer dizer? - questiona Alberto.

- Sei lá... Às vezes eu acho que tinha que ser assim... Você e Cecília, Elisa e eu...

- Destino, talvez? - sugere Alberto.

- Não sei dizer... Só acho que o acaso somente não explica tudo isso... - reflete Caio. - Enfim... Sei lá... Bobagem minha, quem sabe...

- E você e Elisa, como estão? - pergunta o sócio.

- Estamos nos entendendo muito bem. Às vezes discordamos um do outro em alguns momentos, mas não necessariamente chegamos a brigar. Ela é uma mulher realmente notável. Demorei para encontrar alguém que me fizesse sentir completo. Mas acho que finalmente encontrei esse alguém - confessa Caio.

- Ora, ora... Será que temos um casório à vista? - brinca Alberto.

- Talvez... É uma possibilidade sim... Mas nós dois resolvemos ir devagar com as coisas... Ainda nem fomos pra cama...

- É, meu amigo, bem-vindo ao maravilhoso mundo do celibato - brinca Alberto, batendo nas costas do amigo. - Você riu tanto da minha cara, olha aí... O mundo dá voltas, meu caro sócio! O mundo dá voltas...

***

Mário está no trabalho, trancado em sua sala, na empresa da qual é dono, uma empresa ligada ao ramo de tecnologia da informação. Ao casar-se com uma mulher rica, conseguiu que ela lhe providenciasse recursos suficientes para montar seu empreendimento. Assim como os primos Alberto e Karen, Mário é uma pessoa bastante inteligente, mas, de certa forma, se sentia pouco valorizado em comparação aos primos. Sua mãe o criou sozinha, havia engravidado de uma breve aventura com um italiano que estava passando férias no Brasil à época. Apesar de sua mãe nunca ter lhe escondido toda história, e também saber como encontrar o pai, nunca o conhecera, nunca tivera a mínima vontade. O homem tentara há muito tempo aproximar-se do filho, mas Mário não quis essa aproximação. Contudo, o pai biológico sempre ajudara a ele e a mãe financeiramente. Ela jamais se casara. Teve alguns relacionamentos, mas nunca duraram muito tempo. Ela sabia que a rebeldia do filho se dava pelo fato de ele próprio se sentir diferente dos outros primos, por ter uma vida diferente dos dois. Tornou-se um homem amargurado e ambicioso. Era também um homem bonito e bastante cobiçado pelas mulheres. Por seu parentesco consanguíneo com Alberto, era bem parecido com o primo. Algumas pessoas chegavam a perguntar se eram irmãos, o que aborrecia Mário imensamente. Ambos tinham a mesma idade, nasceram no mesmo ano.

O celular de Mário toca de repente. Ele olha o visor. É Milena. "Puta merda! A Milena enche o saco!" Diz ele para si mesmo. Curiosamente, é o que todos sempre dizem a respeito dela, que ela enche o saco. É o mesmo que sempre diz Alberto. É o mesmo que os que trabalham com ela dizem. Milena é uma mulher bonita, mas é completamente desprovida de simpatia. É uma pessoa narcisista e egoísta. Nem o próprio Mário a aguentava mais. A moça ultimamente fazia ligações frequentes ao primo de Alberto. Às vezes dormiam juntos. Mas Mário já estava de saco bastante cheio de toda aquela insistência. O fato é que Mário, sendo primo de Alberto, era de suma importância para que Milena tivesse acesso ao que se passava na família Callegari. Outro motivo era a impressionante semelhança entre os dois. Sempre que dormia com Mário, a advogada gostava de fantasiar que ele era o próprio Alberto. A obcessão de Milena pelo primo de Mário aumentava a cada dia.

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