CAPÍTULO 13 - A casa do noivo | Parte 2

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- Gente! Que linda que é a namorada do Seu Alberto! - diz Olívia com empolgação.

- Sim, muito bonita e simpática - concorda José.

- E que voz mais suave e doce... - diz Dora.

- Eu não vi nada de mais - retruca Marta.

- Você tá é com uma baita dor de cotovelo, isso sim! Sua encalhada! - diz Olívia.

- Antes só do que ter aquele desqualificado do Matias como namorado! - diz Marta, referindo-se ao namorado de Olívia, que trabalhava na casa ao lado.

- A inveja é uma merda mesmo, viu! - responde Olívia.

- Ai, tá bom... Já deu, vocês duas! Parem de brigar! - repreende José.

- Já pensou que épico deve ser esses dois no rala e rola? Dois lindos desses... Deve ser igual cena de novela! - alfineta Olívia.

- Ora, Olívia! Para de falar besteira! - Dora chama-lhe a atenção.

- Ué... Besteira por quê? Eu hein... E vocês acham que eles namoram como? Vão trazer a irmã do seu Alberto pra sentar no meio? E quem é a doida que não vai querer transar com Seu Alberto? Ôxe...

- Vamo, minha gente, vamo trabalhar. É melhor do que ficar falando da vida alheia! - diz José.

Os quatro se dispersam e vão cuidar de seus afazeres.

***

Cecília e Alberto sentam-se na área externa. Dora havia preparado uma bela mesa.

- Você sempre morou aqui? - pergunta Cecília.

- Não. Mudei pra cá quando perdi minha esposa.

- Entendo. As memórias deviam incomodar, imagino.

- Muito - responde ele sem tecer comentários.

- Eu também não quis ficar no apartamento que tínhamos quando eu era casada. Tenho as péssimas memórias possíveis daquele lugar.

- Bom, mas o decurso do tempo acaba ajudando a lidarmos melhor com tais memórias, concorda?

- Sim... Acho que sim...

- Há quanto tempo você está divorciada?

- Há quatro anos. Posso perguntar há quanto tempo você está viúvo?

- Há quatro anos - responde ele.

- Nossa... Que coincidência...

- Realmente...

Eles se entreolham em silêncio.

- Com licença, Seu Alberto - Dora se aproxima.

- O que foi, Dora? - É só para avisar que já estamos indo.

- Tudo bem. Obrigado pela mesa do café, está perfeita. Tenha um bom descanso - despede-se ele.

- Até mais, Dona Cecília. Foi um prazer conhecê-la - despede-se Dora.

- O prazer foi todo meu, Dora. Até mais - responde Cecília.

Dora se retira.

- Aonde eles vão? - questiona Cecília.

- É a folga deles. Vão para casa de algum parente, passam o fim de semana e voltam na segunda-feira. Durante a semana trabalham até as dezoito horas.

- Eles dormem aqui?

- Normalmente sim. Cada um tem um quarto. Mas só se quiserem. Podem sair e voltar pela manhã se preferirem. Na verdade, é só para ajudá-los a não passarem horas no trânsito. É opção deles dormirem aqui ou não.

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