Alberto está em seu quarto. Ele se arruma para seu noivado com Cecília. Optaram por um almoço informal, em casa, com familiares e amigos próximos. Contrataram uma equipe para cuidar da organização e decoração do evento. O dia está bonito e ensolarado. Alberto está vestindo uma calça bege e uma camisa branca. Ele pega a pequena caixa aveludada onde estão as alianças a serem trocadas por ele e Cecília e as observa por um instante. A primeira vez em que a ideia de um segundo casamento cruzara seu pensamento, recorda-se de sentir uma profunda angústia. Agora, contudo, seu coração estava sereno.
Sua futura esposa se mostrara uma pessoa gentil e afável. Não era nada difícil estar com ela, muito pelo contrário. Sua preocupação agora era domar a si próprio. Depois que ficara viúvo, havia se tornado um homem um tanto difícil de se lidar. Era bem verdade que sentia-se mais dócil quando estava na companhia dela. Contudo, sabia que o dia-a-dia poderia arruinar o bom relacionamento entre os dois. Ele definitivamente não tinha um gênio fácil. E, para piorar, via-se obrigado a uma abstinência de sexo imposta pelo contrato que assinaram. Sabia que os meses subsequentes não seriam nada fáceis. Ainda assim, diante de tudo que possivelmente o aguardava nos próximos doze meses, seu coração estava sereno.
Cecília está no quarto de hóspedes, próximo ao quarto de Alberto. Quarto que, aliás, também seria o dela dentro em breve. Alberto sugerira a ela arrumar-se na casa. Não sabia dizer exatamente o que estava sentindo. Há uma expressão em inglês denominada "borboletas no estômago" para denominar aquele frio na barriga que sentimos quando passamos por situações de ansiedade, medo, vergonha ou fortes emoções em geral. Medo... Vergonha... Fortes emoções... Não sabia dizer exatamente o que sentia... Só sabia que podia sentir as tais borboletas no seu estômago...
Ela usava um vestido com tecido fino, de cor clara, com flores bem discretas. Usava acessórios delicados, para combinar com a leveza do seu traje. A maquiagem era leve, feita para o dia. Usava o perfume de costume. Lembrou-se que Alberto sempre elogiava a fragrância. Não sabia bem por que, mas resolveu agradá-lo com a escolha do perfume. Ela ouve Alberto bater à porta, caminha até lá e o deixa entrar.
Ao vê-la pronta para o noivado, ele fica extasiado com sua beleza. Ela não precisava muito para ficar bonita. Mas estava particularmente bela naquele momento. E aquele perfume que tanto lhe agradava... Ele apenas sorriu e esticou a mão a ela. Cecília nunca vira Alberto dar um sorriso daquele. Não que ele não sorrisse, mas era sempre contido nas demonstrações de qualquer sentimento. Ela lhe deu a mão, também sorrindo para ele.
- Meu Deus! Que cena mais linda, irmão! Vocês precisam ver a cara de felicidade que estão nesse exato momento! Fazia tanto tempo que não via seus olhos brilharem assim! - Karen não se contém, ao ver a cena e surpreende os dois com seu comentário.
Eles ficam um pouco sem graça. Continuam de mãos dadas.
- Me dêem um abraço, vocês dois! Vocês estão lindos! Vocês ficam lindos juntos! Meu Deus, cunhadinha! Você está um encanto! - elogia Karen.
- Obrigada, cunhadinha! - agradece Cecília.
- Eu vim ver se já estavam prontos. Alguns convidados já chegaram.
- Estamos sim, irmãzinha. Daqui a pouco desceremos. Só preciso de uns minutinhos com minha quase noiva - diz Alberto.
- Mas é claro! Vou descer e avisar que vocês em breve estarão lá embaixo - responde Karen.
- Obrigado, minha irmã. Obrigado por tudo. Você foi uma grande ajuda para a organização desse noivado - diz Alberto.
- Imagina! Estou muito feliz com esse noivado! Acho que só não estou mais feliz do que os noivos! - brinca ela. - Bem, eu vou descer. Por favor, não demorem.
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Casal Por Contrato
ParanormalCecília Petri, uma doce e amável professora do ensino fundamental, se vê repentinamente em apuros financeiros. Ela contrata Alberto Callegari, um conhecido e competente advogado para lhe ajudar a encontrar uma solução. Ele a surpreende com um inusit...